Os números de 2023 do grupo espanhol Telefónica (que controla a Vivo) indicaram uma importância crescente das operações do Brasil nos resultados da multinacional.
No ano passado, a Telefónica somou receita de 40,6 bilhões de euros, em alta de 1,6% na comparação com 2022. A participação brasileira no bolo subiu dois pontos percentuais: 21% do faturamento global em 2023, contra 19% um ano antes. A Vivo cresceu 8,4% no ano passado.
Também houve reflexo da operação brasileira na lucratividade. O lucro operacional antes de depreciação e amortização (Oibda) da Telefónica recuou 11% em 2023 (para 11,39 bilhões de euros), ainda que tenha avançado 1,4% em termos orgânicos. A participação do Brasil no montante passou de 25% para 28%.
Em conferência com analistas nesta quinta-feira, 22, o CEO da Telefónica, Jose Maria Alvarez-Pallete, classificou a performance no País como "estelar" e "excepcional". Principal mercado do grupo, a Espanha teve números mais modestos e cresceu a receita em 1,3% em 2023, enquanto na Alemanha houve alta de 4,7%.
No Reino Unido, os 50% da joint-venture da gigante com a Virgin Media (a VMO2) cresceram 3,7% no balanço da Telefónica. Já nas operações da América "hispânica" houve queda de 8,3%, com pressão das operações na Argentina especialmente no último trimestre.
Neste período, a receita total global da Telefónica caiu 0,5%, para 10,153 bilhões no quarto final de 2023.
Resultado líquido
O resultado líquido da Telefónica no consolidado de 2023 foi negativo. A empresa reportou prejuízo de 862 milhões na linha – após indicar resultado líquido negativo de 2,154 bilhões no quarto trimestre do ano.
Entre as razões para o prejuízo contábil na reta final do ano estão recursos relacionados ao plano de demissão de funcionários na Espanha e uma deterioração do goodwill calculado para VMO2, decorrente da piora das condições macroeconômicas no Reino Unido.