A base total de linhas de celular caiu 6,409 milhões de acessos em novembro, um recuo de 2,45% no comparativo mensal, segundo dados da Anatel disponibilizados nesta sexta-feira, 6. Foi a maior queda em um mês do mercado desde dezembro de 2015, quando uma grande limpeza de base resultou em um recuo de quase 12 milhões de desconexões. Desta forma, o Brasil encerrou o penúltimo mês de 2022 com 254,880 milhões de acessos.
Três empresas foram as maiores responsáveis pela redução: Surf Telecom, Claro e, principalmente, a TIM. Exceto no caso da MVNO, que caiu 21,37% em um mês (207,3 mil desligamentos), a queda pode ser explicada por uma limpeza de base nas duas teles proveniente da aquisição da Oi Móvel.
A Vivo já havia feito algo similar em outubro, desconectando 3 milhões de linhas. O presidente da TIM, Alberto Griselli, informou na época que a limpeza de usuários inativos advindos da Oi Móvel já iria começar em novembro, prosseguindo em dezembro também. A Claro também está promovendo os desligamentos dos chips inativos da Oi.
Assim, somente no 4G, a TIM perdeu 3,807 milhões de acessos, uma redução de 6,40%, totalizando 55,651 milhões de acessos. Isso fez com que o market share da empresa caísse 1 ponto percentual em novembro, passando a 28% do total. Já a Claro caiu 2,94%, desconectando 1,919 milhão de linhas e encerrando o mês com 63,437 milhões de chips.
Mas mesmo a Vivo e o grupo de prestadoras de pequeno porte (PPPs) observaram queda: de 0,32% (total de 73,056 milhões de acessos) e 1,89% (total de 5,813 milhões), respectivamente. Confira no gráfico abaixo como ficou o mercado.
5G e outras tecnologias
O 5G e o 3G foram as únicas tecnologias a mostrar crescimento em novembro. No caso da geração mais nova, houve a maior adição líquida mensal desde o início da oferta da tecnologia standalone (5G SA), com 559,8 mil linhas a mais, avanço de 12,30% e total de 5,110 milhões de acessos. O padrão SA totalizou 2,708 milhões de acessos, enquanto o não standalone somou 2,401 milhões de linhas.
O destaque é que em novembro, a TIM se tornou a primeira operadora a somar mais de um milhão (1,113 milhão) de acessos em 5G SA. A Vivo está próxima, com 902,7 mil acessos, enquanto a Claro tem 692,4 mil. Por outro lado, a TIM contabiliza apenas 28,7 mil linhas 5G NSA, enquanto a Claro conta com 1,484 milhão, e a Vivo, 888,6 mil. Somando os dois padrões, o mercado fica com a Claro, com 2,176 milhões de linhas, seguida de Vivo, com 1,791 milhão, e de TIM, com 1,142 milhão.
A outra tecnologia a apresentar crescimento, o 3G, apresentou um avanço de 2,21% em novembro, totalizando 26,259 milhões de acessos. Isso mostra que o País ainda teria muito a fazer antes de promover o desligamento do WCDMA, como ocorreu nos Estados Unidos em 2022.
Porém, vale destacar que o 2G mostrou crescimento atípico em outubro (de 2,5 milhões de adições líquidas), parcialmente compensado com a queda em novembro de 5,41%, totalizando 25,550 milhões de acessos. Desta forma, a tecnologia volta a ter uma base menor do que o 3G, como costumava ser antes.
Pré e pós-pago
Ambas as modalidades de pagamento de uso do serviço móvel apresentaram quedas em novembro, mas a mais acentuada foi, de longe, o pré-pago, que foi responsável sozinho por 5,657 milhões de desligamentos (recuo de 4,80%), totalizando 112,231 milhões de linhas. Já o pós-pago caiu 751,6 mil acessos, totalizando 142,648 milhões de chips no mês, ou cerca de 56% do mercado total brasileiro.