TIM intensifica desligamento de torres e de acessos inativos da Oi Móvel

Alberto Griselli, presidente da TIM. Foto: Divulgação

A incorporação da parte da Oi Móvel ainda é uma grande tarefa a ser cumprida na TIM, e deverá se estender pelos próximos anos com o desligamento e descarte de torres e mesmo da base de usuários inativos. Ao comentar os resultados do trimestre nesta terça-feira, 8, o CEO da operadora, Alberto Griselli, não especificou o número de chips provenientes da Oi que serão desligados, mas confirmou que isso começa a ser feito já neste mês, prosseguindo ao longo de 2023. 

No caso das torres, a expectativa é de "descomissionar" 4,7 mil sites até 2024. Ainda neste ano, pelo menos 400 sites deverão ser desativados, com a previsão de um total de 3 mil até o final de 2023. O critério é técnico: as estruturas que estejam sobrepondo a própria cobertura ou que tenham equipamentos legados (2G, por exemplo) deverão ser descartadas. Outros 2,5 mil sites serão mantidos pela operadora.

Esse número será impactado no cumprimento do remédio imposto pelo Cade para a aquisição da Oi Móvel, que obriga a operadora a colocar pelo menos 50% das torres em oferta ao mercado. A TIM iniciou esta oferta em abril, mas o prazo de seis meses foi estendido em mais dois e deverá terminar apenas no final deste ano. 

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Alberto Griselli, CEO da operadora, explica que pesa na equação o custo industrial do aluguel. "Eliminar o custo é uma grande oportunidade de aumentar a rentabilidade e a geração de caixa da empresa. Então esse é o plano, tirando uma linha de custo com afterlease que impacta de forma substancial o fluxo de caixa livre", declara.

Segundo o CTIO da TIM, Leonardo Capdeville, pelo menos um player já demonstrou interesse na oferta do ativo como equipamento, alegadamente para um mercado de segunda mão desse hardware. "A princípio ele tem interesse, estamos fazendo tratativa de contratuais para ver se tem ou não o 'punch' para isso", destacou o executivo. 

Capdeville explica que não há uma transferência de contrato com as torreiras em si, por isso o foco é nos equipamentos. "O que podemos fazer é provocar o mercado para passar o direito de uso, mas não posso obrigar a torreira a por um novo inquilino", diz. Existe uma negociação para que a operadora "possa sair sem grandes atritos" desses contratos, até por haver uma expectativa de manutenção desses 2,5 mil sites, ou 40% do total.

Desse total que será mantido, o CTIO contabiliza mil sites que não possuíam 4G, então haverá a atualização dos equipamentos para essa tecnologia. "Temos coisa bastante antiga da Oi, como 2G etc., porque ela estava fazendo investimento baixo na rede. A gente não tem interesse nisso, vamos fazer o descarte do material. Mas tem equipamentos mais recentes que podem ser reaproveitados na nossa rede, e vamos ver oportunidades de reinstalar."

Usuários

Alberto Griselli não revelou quantos chips da Oi serão desligados, mas mencionou que a Vivo já efetuou algo semelhante com a limpeza de 3 milhões de acessos – e que já foi refletido na base da Anatel de setembro. Ele disse, contudo, que "não será um número pequeno". No total, a TIM recebe 17 milhões de linhas, das quais 2,5 milhões já foram migradas para o sistema da operadora compradora. 

"Temos um número material de clientes que estão inativos e não geram tráfego e nem usam serviços. Começando em novembro e, ao longo deste trimestre e no primeiro trimestre de 2023, vamos começar a desligar. É tirar o custo disso: de taxas e licenças", declarou o executivo. Esse custo é referente às taxas regulatórias de manutenção da base. Questionada por TELETIME, a TIM lembra que o Fistel para os acessos "humanos" é de R$ 13 anuais por chip, mas há ainda parte da base que migrou do M2M e que é isento da taxa. 

Naturalmente, a TIM utilizará os critérios da Anatel para realizar a limpeza da base, mas existe ainda um período de carência no qual o usuário, após alertado do desligamento, pode efetuar uma recarga para manter o SIMcard ativo. A questão é que a taxa da TFF é paga no final do ano, então é seguro prever que um volume significativo de desligamentos já deverá acontecer antes disso. Segundo o diretor de relações institucionais, Mario Girasole, "a grande maioria dos desligamento será feita este ano". 

Esses desligamentos deverão ter um efeito na receita média por usuário (ARPU), que observou uma queda no trimestre, uma vez que a base vinda da Oi Móvel tinha margem inferior à da TIM. Mesmo assim, com o volume total, a receita líquida da empresa aumentou, tanto de forma inorgânica quanto orgânica, segundo Alberto Griselli. "Na medida em que vamos cancelar as linhas, assim como o competidor [Vivo] já fez, isso vai aumentar o ARPU", disse.

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