Net e Motorola fecham acordo para CMTS com DOCSIS 2.0

A Motorola vendeu para a Net Serviços, por um valor não revelado, 11 centrais CMTS (Cable Modem Termination System), que funcionam basicamente para processar o tráfego de banda larga da operadora. O modelo de CMTS que a Net está comprando, como era de se esperar, já comporta o tráfego de voz sobre IP, mas é uma estratégia que, nesse primeiro momento, visa a expansão da capacidade de banda larga da operadora de cabo.
O CMTS da Motorola vendido à Net tem redundância na maior parte de suas funções, e também gerenciamento de qualidade de serviço. Além disso, é a última geração de CMTS, o que permite a implantação de cable modems DOCSIS 2.0 (o que não quer dizer que a operadora vá começar a vender isso agora). O DOCSIS 2.0 permite, por exemplo, a oferta de banda larga com QoS (qualidade de serviço, ou seja, garantia de confiabilidade). No acordo, a Net Serviços receberá, para testes, alguns cable modems com gateway Wi-Fi e outros com MTA integrado, ou seja, são caixas que já permitem a oferta de VoIP, que podem ser conectadas ao telefone residencial. Não há, contudo, previsão pela Net de oferta de serviços de voz. As caixas da Motorola serão testadas. Até porque tudo depende do modelo de serviço que a Net pretende oferecer. Se for modelo SIP, os equipamentos serão de um jeito, se for Packet Cable, os equipamentos serão outros.

Motorola feliz

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A Motorola tem muito a comemorar na NCTA deste ano. Principalmente por conta do recém anunciado acordo com a Comcast para a venda de US$ 1 bilhão em caixas digitais. A Comcast, que é a maior operadora dos EUA, quer 100% de digitalização nos próximos três anos. Com isso, é provável que as caixas da Motorola tenham redução de preço significativa, mas não é uma certeza. Isso porque a Comcast está alterando a configuração de algumas caixas, sobretudo as mais baratas, e com isso a escala pode ser alterada. No Brasil, apenas a Vivax tem contrato com a Motorola, para a cidade de Manaus, cuja digitalização deve começar em breve.
Outra aposta da Motorola é na venda de set-tops IP. As incumbents de telefonia norte-americanas (Verizon, SBC e BellSouth), que estão extremamente empenhadas em colocar o máximo de redes de fibras ópticas até, se possível, dentro da casa do usuário, têm feito promessas de encomendas de set-tops de vídeo sobre IP bastante tentadoras. Ém geral são caixas que trabalham com MPEG-4 e precisam de, no mínimo, 1 Mbps. Mas com fibra até a casa do usuário é fácil chegar a esses níveis. Há operações funcionando sobre redes de par trançado (cobre), mas nesse caso os desafios técnicos são muito maiores.

Home networking

Ainda em caráter experimental, a Motorola destaca uma plataforma para redes domésticas com uma caixa com digital video recorder comandada por até quatro caixas sem DVR. Assim, cada uma delas assiste e grava o que quiser, utilizando a caixa central como servidor. A troca de informações se dá por meio da rede coaxial da casa do assinante e é possível ainda a integração de dispositivos de dados (computadores) na mesma rede, para troca de informações com o set-top. A Motorola também apresenta uma plataforma para que o usuário, via celular, possa comandar o DVR.
O conceito de home network é um dos mais destacados nos estandes e debates da NCTA e mostra que a indústria norte-americana está muito preocupada com o crescente número de dispositivos digitais que estão sendo colocados na casa do assinante, com a necessidade de todos eles de ter acesso a redes banda larga e, atualmente, os operadores de cabo querem ter controle sobre esse processo. É o efeito "iPod" na indústria.

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