Vivo apóia reforma nas regras, mas sem atropelos

A Vivo tem receios que questões importantes para o setor de telefonia móvel, tais como expansão de espectro para mobilidade, compartilhamento de infra-estrutura e universalização da cobertura, sejam atropeladas pela discussão da mudanças do Plano Geral de Outorgas (PGO), decorrente de um desejo de fusão entre Oi e Brasil Telecom. A preocupação foi demonstrada pelo presidente da Vivo, Roberto Lima, durante o Acel Expo Fórum, que acontece esta semana em Brasília. Ele manifestou ainda o interesse do setor de participar do programa de universalização da banda larga.
?O atendimento das 55 mil escolas públicas não é uma questão apenas para as fixas. Nossa preocupação é conectar os alunos dessas escolas, o que significa multiplicar os serviços nessas localidades alocando apenas uma antena?, diz Lima. O executivo referia-se à proposta do governo para trocar as metas de implantação de postos de serviços de telecomunicações (PSTs) por backhaul em todos os municípios brasileiros (proposta que envolve a mudança do PGMU) e o programa decorrente de conexão a escolas públicas que está sendo negociado com as teles fixas.

Compartilhamento

Notícias relacionadas

O executivo voltou a defender o compartilhamento de infra-estrutura celular. ?Começamos a falar de compatilhamento de redes em 2005. Com a 3G, essa questão ficou mais presente?, diz Lima. Com as obrigações de cobertura trazidas pelas redes 3G, as empresas vão operar em áreas de alto risco e baixa rentabilidade. ?Por isso, será necessário pensar em modelos viáveis em que o governo também entre com uma contrapartida?, afirmou Luiz Eduardo Falco, presidente da Oi. A sugestão de Lima, da Vivo, é repensar os impostos sobre os serviços das redes 3G que ainda não entraram em operação. Para Lima, é difícil diminuir impostos já estabelecidos.
Segundo o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, o modelo da Anatel na licitação de 3G, baseado na redução dos preços em troca de obrigações de cobertura foi bom. "O problema é que houve ágio e a redução de preços não veio. Então, vamos ter que encontrar formas de tornar viável esta expansão da rede para áreas menos atraentes, e o compartilhamento de rede é uma alternativa", disse o executivo. Ele estima ainda que as operadoras, em geral, investirão nas redes para atender às obrigações de universalização e viabilização da terceira geração mais ou menos a mesma coisa que investiram em licenças.

Subsídios

Outra proposta para melhorar a rentabilidade é a diminuição dos subsídios aos aparelhos. Segundo Falco, da Oi, a operadora avançou quando passou a habilitar aparelhos desbloqueados. ?Saímos do mercado de venda de aparelhos na camada de pré-pago, em um segmento onde não tínhamos nada a agregar?, afirmou Falco.
Segundo Lima, da Vivo, a empresa subsidia aparelhos na camada de alto valor, incluindo os cartões de banda larga móvel, mas também trabalha com desbloqueados. ?Hoje, 30% da venda da Vivo na rede GSM já são aparelhos desbloqueados. Estamos preparados para a competição?, diz o executivo.
Para Falco, outra questão importante para as móveis é a sinergia com a rede fixa: ?Modelamos diversos pacotes de voz e dados para as duas redes e tivemos aumento de tráfego nas duas redes?, diz o executivo.

Operadoras virtuais

Os presidentes da Vivo e da Oi vêem de forma diferente a possibilidade de entrada das operadoras virtuais ou MVNOs no mercado brasileiro. O conselheiro da Anatel, Antonio Bedran, reafirmou que esta questão está na pauta da agência deste ano e deve vir acompanhando a revisão do regulamento do SMP, no segundo semestre. Para a Vivo seria uma oportunidade de rentabilizar o tráfego onde hoje ele é baixo. Para a Oi, uma forma de atuar fora de sua área de concessão, mas em nichos bastante específicos. ?Esse tipo de empresa funcionou melhor em mercados onde não havia muita competição. O mercado brasileiro já é bastante dinâmico, exceto em nichos muito específicos?, diz Falco.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!