Enquanto a maioria das empresas arranca os cabelos diante da crise, a consultoria Accenture acredita que o atual cenário pode ser uma boa oportunidade para crescimento daqueles que estiverem bem posicionados no mercado e tiverem dinheiro para investir. "Para quem estiver mais forte, essa é a hora para capturar market share. É um processo de seleção natural", explica o diretor da Accenture no Brasil, Petrônio Nogueira. No setor de telecomunicações, Nogueira aposta no crescimento de dois segmentos: serviços de dados móveis e aplicações machine to machine (M2M).
Para as operadoras, ele dá a seguinte receita para enfrentar a crise: esforço na retenção seletiva de assinantes; consolidação do mercado através de aquisições ou expansão geográfica, aproveitando os baixos custos; e redução de gastos através da integração de redes. "As operadoras brasileiras não estão paradas esperando a crise passar. A maioria tem uma agenda positiva", afirma Nogueira, citando como exemplo o recente anúncio de investimentos da Telefônica em sua rede de fibra óptica.
A situação é um pouco mais complicada para os fabricantes. O executivo acredita que eles serão mais afetados pela crise que as operadoras. Uma das saídas é investir mais na área de serviços, que tende a crescer. A Nokia já tem feito isso – vide a criação da marca Ovi, para venda de conteúdo móvel. No balanço anual da Alcatel-Lucent, divulgado na última quarta-feira, 4, o segmento de serviços cresceu 8,8%, na contramão da receita total da companhia, que caiu 4,5%.
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