Se existe um consenso entre todos os grupos antagonistas do setor de telecom esse consenso é a necessidade de se criar mecanismos para estimular na competição. Mas o próximo passo, ou seja, os caminhos para que isso seja alcançado, já são motivos de discórdia.
Alain Rivière, diretor de regulamentação da Oi, aponta que existem dois caminhos para promover a competição. O primeiro é a abertura de redes a terceiros, a exemplo do que foi feito na Inglaterra com a criação da OpenReach. O outro caminho seria a promoção de outras plataformas de rede, o que se consegue licitando novas faixas de freqüências e incentivando a competição entre plataformas. Obviamente a Oi não deseja ceder sua rede para a exploração de terceiros e por isso o executivo defende o segundo caminho. "Entendemos que o Brasil é carente de infraestrutura. E as empresas ficariam inseguras de investir nessa rede se houvesse uma sinalização da Anatel nesse sentido", afirma Rivière.
Já José Felix, presidente da Net Serviços, até concorda em compartilhar a sua rede, mas afirma que alguém precisaria "ensinar" como é o processo do ponto de vista "da engenharia". "Não vejo problema desde que eu seja devidamente remunerado por isso", diz ele. O presidente da Net aproveitou também para cobrar do órgão regulador uma postura mais restritiva à entrada das teles no mercado de TV por assinatura. Segundo ele, os EUA levaram 11 anos para permitir o serviço de TV por assinatura no mesmo meio físico das incumbents. "O STFC local é é único lugar onde ainda existe monopólio no Brasil. Onde certamente não há monopólio é na TV por assinatura", diz ele.
Os executivos participaram do 8º Seminário Políticas de (Tele)comunicações que aconteceu nesta quinta-feira, 5, em Brasília.
