O Citibank acaba de pedir ao Juiz Lewis Kaplan, de Nova York, que conceda liminar impedindo o acordo firmado na semana passada entre Telecom Italia e o Opportunity. No pedido, o Citi pede ainda que o juiz considere que o Opportunity está descumprindo obrigações impostas pela liminar em vigor (concedida no dia 17 de março) e pede a imediata abertura de todos os documentos e correspondências referentes ao acordo com os italianos. Segundo a argumentação do Citibank em Nova York, o Opportunity está aproveitando uma janela de tempo entre a sua destituição como gestor do fundo CVC LP e a efetiva troca de conselheiros e administradores (processo em que tem criado dificuldades) para fechar um acordo que traz apenas benefícios a ele mesmo, tenta criar um "fato consumado". Segundo as acusações do Citibank, no dia 28 de março, quando houve uma audiência com o juiz Kaplan, o acordo com a Telecom Italia já havia sido colocado pelo banco norte-americano, ainda como um rumor (a confirmação só viria à noite), e naquela ocasião o juiz, ao ver que os acusados (Opportunity) não negavam a existência de um acordo em andamento, já teria dito: "Se o Sr. Dantas for adiante e se for provado que isso viola a liminar, então estaremos navegando em águas muito perigosas", alertou o juiz ao advogado de Daniel Dantas.
O Citibank alega, em sua acusação, que a Telecom Italia está pagando um valor extremamente elevado (US$ 450 milhões) por ações que valem muito menos da metade desse montante, e conjectura se como parte do acordo a Telecom Italia não estaria recebendo algo mais, por exemplo, "os direitos de voto na estrutura da Brasil Telecom roubados por Dantas". Segundo o Citibank, em relação ao acerto pelas pendências judiciais, o que tivesse que ser pago deveria ser pago para Brasil Telecom, Solpart e Techold, empresas que não são controladas pelo Opportunity. O Citi diz que Dantas tenta lucrar com suas falhas de conduta e gestão. A íntegra da acusação do Citibank pode ser obtida para download em www.teletime.com.br/arquivos/motion.pdf . O Citi alega que o acordo entre os italianos e o Opportunity cria impacto negativo sobre seus ativos e que Dantas não poderia negociar em nome da Brasil Telecom.
Mercado