Divergências sobre o Aice preocupam empresas

Já estava causando desconforto entre as concessionárias de telecomunicações o fato de o ministro Hélio Costa ter saído, publicamente, em ataque ao Aice (Acesso Individual Classe Especial), recomendando inclusive que os consumidores não comprem e não usem o serviço. Ficou pior ainda quando o presidente da agência, Plínio de Aguiar Jr., em declaração ao Jornal Nacional, endossou a posição do ministro e também se colocou contra o Aice, dizendo ter sido voto contrário à decisão da agência.
Para alguns dirigentes de empresa ouvidos por TELETIME, fica a impressão de que o governo não apoia o que sua própria agência faz. Um dos dirigentes disse: "Só falta dizerem que a culpa é das concessionárias". Para uma fonte ouvida por TELETIME, bastava que o governo tivesse publicado um decreto para que o Aice pudesse ser oferecido para grupos distintos de usuários, assim como, por decreto, criou-se obrigações de universalização e qualidade diferente cidade a cidade. Como mesmo assim a presidência da República não sentiu confiança jurídica, o governo teria a obrigação, na visão dos empresários, de defender uma posição única.
Sobre a questão das divergências internas, dois fatos devem ser lembrados. Primeiro, quando a Anatel publicou o modelo do Aice, o conselheiro Pedro Jaime Ziller evitou explicitar as divergências ocorridas durante o debate justamente para que a posição da agência se tornasse mais sólida. Indo mais para trás, quando a Anatel decidiu pelo uso da faixa de 1,8 GHz nas bandas C, D, e E do celular, o presidente da agência na ocasião, Renato Guerreiro, que votou pela faixa de 1,9 GHz e perdeu para o colegiado, também disse que a partir de uma decisão tomada não poderia mais polemizar a escolha e que a posição da Anatel era a posição majoritária do conselho.

Notícias relacionadas

Casa Civil se defende

A Casa Civil, em nota oficial, informa que não poderia propor uma outra forma para o Aice por uma questão legal, e que aguarda uma proposta do Ministério das Comunicações para que a Lei Geral de Telecomunicações seja alterada, permitindo outras soluções.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!