Diversificação vira prioridade para operadoras de satélites e fornecedoras

Mirando oportunidades de crescimento em um mercado em plena transformação, operadoras e fornecedoras da indústria de satélites já estão colocando em prática estratégias de diversificação de modelos de negócios, inclusive com foco no Brasil.

Durante debate no Congresso Latinoamericano de Satélites 2020 realizado nesta sexta-feira, 2, a SES endereçou a questão. VP de parcerias e vendas de cloud da operadora satelital, Sergy Mummert relata que a empresa já conta com uma "boa tração" no segmento de nuvem após tomar a decisão de atuar com mais força na vertical.

A estratégia envolve colaboração com a Microsoft no programa Azure Orbital ("fomos um dos primeiros parceiros", nota Mummert) e um desenho da nova constelação O3b já preparado para funcionalidades baseadas em nuvem. Afirmando que a indústria satelital será fundamental para possibilitar uma cobertura completa das provedoras de cloud, a SES estima que hoje, o tráfego de nuvem via satélite já cresce a uma média anual de 34%.

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Serviços gerenciados

Pela Hispasat, o diretor de marketing Jorge Rodriguez destacou a intenção da empresa de crescer a fatia de faturamento relacionada a serviços gerenciados para 50% até 2025. Hoje, a vertical "tradicional" de venda de capacidade ainda equivale a mais de 90% do faturamento do grupo.

"As telcos estão demandando soluções mais completas do que apenas capacidade", observou Rodriguez, citando como exemplo um acordo que a Hispasat firmou com uma operadora de atacado do México (a Altan) que envolve serviços gerenciados, capacidade, serviços de campo e terminais.

Outra frente que a empresa pretende explorar são parcerias estratégicas com provedores de e-health, educação ou segurança. Além disso, a Hispasat também destacou parcerias para Internet comunitária como a realizada no Brasil, através da Hispamar.

Fornecedores

No caso de fornecedores, o desejo pela diversificação de negócios não é diferente. COO da SpaceBridge, Assaf Cohen lembrou que "por muitos anos, a indústria de satélites foi muito complicada" para o mercado consumidor. Frente à competição com serviços terrestres e a demanda por aplicações "zero touch", uma mudança de abordagem tem sido necessária, na opinião dele.

Neste sentido, a proposta da empresa (que também envolve serviços gerenciados) passa inclusive pelo mercado brasileiro de provedores regionais (os chamados ISPs), além de clientes no ramo do agronegócio. Para tal, a empresa tem buscado parcerias para a entrega de soluções.

Na Gilat, o cenário é similar. "Não podemos ter uma solução única e o mesmo posicionamento para atender todos os clientes", afirmou o gerente geral da fornecedora no Brasil, Eduardo Bessa. Entre os formatos explorados pela Gilat atualmente estão a modalidade de aluguel de equipamentos, operação assistida, turnkey para sistemas de terceiros e serviços gerenciados. "Caso surja modelo de negócio não listado, também estamos abertos e nos adaptar", sinalizou Bessa.

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