O Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da República e a Caixa Econômica Federal (CEF) estudam a criação de uma loteria para financiar a produção de conteúdos educativos para capacitação de professores no Projeto Universidade Aberta do Brasil (UAB), do Ministério da Educação (MEC). A idéia foi apresentada nesta quarta-feira, 2, pelo secretário geral do NAE, Cel. Oswaldo Oliva Neto, durante o Congresso da ABTA 2006, que acontece até o dia 3 no ITM Expo, em São Paulo. ?Se tentamos conseguir recursos diretamente do governo, o vínculo orçamentário cria disputa com outros projetos importantes no Ministério da Fazenda, e com a loteria não teremos essas amarras?, explicou o Cel. Oliva.
O secretário avalia que a educação, de acordo com estudos do NAE, é a peça chave para o desenvolvimento do Brasil no projeto de longo prazo ?Brasil 3 Tempos?, programado para ter início em 2007 e terminar em 2022.
A idéia é promover a inclusão digital das escolas públicas com acessos banda larga utilizando recursos do Fust e assim promover a formação de professores com cursos semi-presenciais pela internet.
TV escola
Durante o painel, o superintendente de Comunicação de Massa da Anatel, Ara Apkar Minassian, lembrou que pela Lei do Cabo, as operadoras de TV a cabo já são obrigadas a disponibilizar gratuitamente nas escolas públicas os seus serviços. ?O recurso é gratuito, é só a escola pedir. O problema é o uso inadequado da infra-estrutura, precisamos apenas saber o que o setor de educação quer. Se a questão é a capacitação de professores, podemos fazer?, argumenta Minassian. Vale lembrar que a TV Escola, um canal de formação de professores do Ministério da Educação, está disponível na maior parte das redes de TV paga.
O secretário geral do NAE declarou não ter conhecimento do canal TV Escola do MEC e admitiu que a utilização do canal distribuído gratuitamente pelas operadoras de cabo pode contribuir para acelerar o projeto do NAE. ?Eu não tinha conhecimento, mas é provável que os nossos técnicos saibam. A TV a cabo está presente nas principais capitais, que é onde está a maioria dos estudantes das escolas públicas?, comenta. O secretário quer incluir o canal TV Escola entre os projetos que receberão financiamento vindo da loteria para a produção do conteúdo de capacitação dos professores da rede pública. ?Temos que ir ao MEC e, com base na grade curricular do ministério, organizar a programação do canal TV Escola?, sugere.
"A TV por assinatura está, hoje, preparada em termos de infra-estrutura e conteúdos a atender a uma série de demandas do governo. É só o governo encontrar formas de contratar estes serviços", disse Alexandre Annenberg, diretor executivo da ABTA.
O Núcleo de Assuntos Estratégicos e a ABTA, em conjunto com a Anatel, deve ter conversas para avaliar a possibilidade de, imediatamente, viabilizar as redes de TV paga em escolas. A proposta partiu do próprio Cel. Oliva durante sua apresentalção na ABTA.