Setor de telecom deve aumentar faturamento em 14% em 2014, afirma Abinee

O setor de telecomunicações foi o que mais cresceu em faturamento na indústria eletroeletrônica na comparação de 2012 com o ano passado, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) divulgados nesta quarta-feira, 2, em São Paulo. O setor observou um aumento de 17% no faturamento, totalizando R$ 26,689 bilhões em 2013, sendo que esse total é dividido pela metade entre a indústria de infraestrutura e a de celulares. E mesmo considerando que este ano será atípico, com Copa do Mundo e eleições, a entidade prevê um crescimento de 14% para 2014, total de R$ 30,425 bilhões.

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A questão é que esse otimismo – ou menos pessimismo do que o esperado – não considera alguns fatores que afetariam, por exemplo, os investimentos (a previsão para toda a indústria é de aumento de 2,9%). "Isso não considera a mudança de rating da Standard & Poors (que rebaixou a nota de crédito do Brasil de BBB para BBB- em março), que pode influenciar negativamente. Espero que possa ser mantido, mas entendo que é um índice já baixo, deveria ser de 3,5% ou 4%", afirma o presidente da Abinee, Humberto Barbato, citando a média histórica dos anos recentes.

Falando-se especificamente de telecomunicações, a previsão é de que haja um aumento de 4% em investimentos, contra crescimento de 6% em 2013. Barbato acredita, entretanto, que somente na metade do ano é que se poderá ter uma visão mais acertada do cenário até 2015.

Outra preocupação é com a pressão que a explosão de vendas de smartphones possa causar na infraestrutura de telecomunicações. O diretor da área de telecom da Abinee, Paulo Castelo Branco, diz estar preocupado com o futuro leilão da faixa de 700 MHz e o impacto que isso possa ter no setor. "O ministro Paulo Bernardo dizia que não era um leilão de arrecadação, mas agora já se fala em R$ 15 bilhões de arrecadação. É (um gasto) dentro do setor e que não vai para infraestrutura", declara.

Celulares

O mercado de telefones celulares confirmou a expectativa e observou em 2013 os smartphones assumindo a liderança em vendas com 52,5% de participação, contra 47,5% dos celulares tradicionais. No total, os telefones móveis venderam 67,799 milhões de unidades no Brasil (aumento de 14%), e os smartphones venderam 35,623 milhões de unidades no ano passado, um crescimento de 123% em relação a 2012. A projeção para 2014 é melhor para os celulares inteligentes em números absolutos: 46,660 milhões de unidades, crescimento de 31% em relação a 2013 e participação de 70,5% nas vendas totais. Mesmo assim, haverá uma queda de 2% nas vendas em geral, que deverão chegar a 66,206 milhões (também afetadas pela queda de 39% nas vendas de celulares tradicionais).

Em se tratando de exportação, Castelo Branco não espera por uma reviravolta na indústria de celulares neste ano. "Não acredito que o Brasil possa ser grande exportador de smartphones", confessa. Segundo ele, já houve uma perda de envio de celulares ao exterior por conta de "bloqueio de mercados", ou seja, políticas protecionistas de outros países. "Essa é uma indústria que agrega pouco valor (na montagem nacional), não é questão de competitividade", explica. Em geral, a indústria elétrica e eletrônica teve um déficit na balança comercial de R$ 36,231 bilhões, e esta deverá aumentar 12% em 2014, chegando a R$ 40,6 bilhões.

Tablets e PCs

Em 2013, os tablets registraram 8,386 milhões de unidades e, graças ao crescimento de 157% em relação a 2012, superaram as vendas de notebooks e desktops ao obter 37,6% de participação. Ao todo, esse segmento vendeu 22,331 milhões de produtos, aumento de 19%. As projeções para 2014 são de crescimento mais modesto, 8% (ou 24,011 milhões), com os tablets crescendo 33% e vendendo 11,144 milhões de unidades. Com isso, a participação desses produtos crescerá para 46,4%.

A indústria de informática acumulou R$ 47,046 bilhões em faturamento em 2013, crescimento de 8%. Para 2014, a previsão é de crescimento de 7%, total de R$ 48,458 bilhões.

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