Um novo mercado para os ISPs

William Taylor, diretor de marketing e comercial da Connectoway

O início de um novo ciclo oferece um distanciamento crítico que possibilita fazer uma avaliação do período passado. Os anos de 2022 e 2023 revelaram um momento de grandes mudanças para as empresas provedores de internet (ISPs) em todo o mundo. Temos um setor em transformação. Segue na direção para amadurecer esse mercado que se tornou chave para o trabalho, os negócios, o lazer e a vida social.

Os ISPs, na década de 2020, mudaram de nível. A oferta de largura de banda se tornou um serviço crítico, com status similar ao fornecimento de eletricidade e ao abastecimento de água. Essa nova posição é fundamental para se compreender mais a fundo o setor.
As pessoas físicas, jurídicas e governos têm necessidade de uma conexão estável, rápida, segura e disponível todos os dias. Essa dependência da vida contemporânea por um provedor de confiança atrai investidores de todos os tamanhos para o setor. Quem tem musculatura e está no jogo procura uniões para um crescimento rápido e assim obter mais receita e reduzir custos fixos.

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As fusões e aquisições, tão esperadas no rastro da Americanet e Vero, dentre outros grandes players do mercado, permanecem como tendência. O custo do dinheiro em 2023 não será igual ao de 2024. A tendência de queda nos juros para os próximos meses foi registrada na última ata publicada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central. Esse fator deve trazer as negociações de volta à mesa. O resultado é que deve reduzir o número de ISPs, em resposta à natureza das fusões. Os ISPs que se mantiverem em atividade tendem a ter mais clientes, logo, chance de reduzir o custo fixo.

As mudanças estão desenhadas no lado dos ISPs. Algumas tendências também estão se tornando mais claras do ponto de vista dos contratantes. O preço do megabyte está em queda, mas o nível do serviço requerido pelas empresas de todos os tamanhos vai continuar em alta. Os clientes concentram nas operações on-line suas relações profissionais, pessoais, negócios, entretenimento, relações com o governo e muito mais. Todas as atividades migraram para a rede.

Olhar para novos serviços, principalmente digitais, alguns ainda não disponíveis, vai fazer parte da demanda por mais conexão e mais qualidade: a realidade aumentada ou realidade virtual, as novas aplicações IoT, a popularização da inteligência artificial generativa e streaming em 8k são a ponta do iceberg. A demanda por contratos com mais banda vem acompanhada pela exigência por serviços melhores do ponto de vista técnico e comercial. O tempo do amadorismo ficou no início do século e não volta mais.

Os ISPs que desejam se manter no jogo devem observar sua rede com visão técnica e pensar no futuro. Modernizar a rede existente, investir em equipamentos atuais, de ponta e alta confiabilidade são elementos importantíssimos, que devem ser prioridade máxima. Nesta jornada tecnológica, devem levar em conta o que possuem e estabelecer um alto nível como meta a se alcançar. As redes EPON prestaram bons serviços no passado e foram superadas. O nível básico é o GPON, mas se quisermos falar de futuro, sobre o novo mercado, devemos pensar em redes XGS-PON. A nova tecnologia em rede está mais bem posicionada para o atendimento de novas demandas. Um pacote de 1 Gbps para um cliente é previsível.

Devemos considerar que todas as pequenas e médias empresas, que estão próximas ao cliente principal, também vão pedir por melhores conexões. O ISP proativo deve levar a conexão ao cliente empresarial, ao condomínio residencial e colocar a turma de vendas para visitar todas as PME, (pequenas e médias empresas) como mercadinhos, farmácias, escolas, faculdades, redes de atacado e outros negócios que cercam seus clientes-alvo.

Redes e equipamentos premium são necessários para o serviço oferecido pelo ISP deixar de ser um serviço essencial e se tornar uma operação crítica. Isso quer dizer que a manutenção preventiva está ultrapassada. Serviços críticos pedem cuidados preditivos. O ISP que deseja se manter no mercado deve estar um passo à frente dos problemas e deve se cercar de tecnologia compatível com essa necessidade como a oferta do wi-fi 6, por exemplo. A plataforma Huawei Premium Wi-Fi, por exemplo, ajuda a diagnosticar remotamente a rede wi-fi do cliente de forma proativa, sem a necessidade de deslocamento de um técnico. Desta forma, o ISP tem uma redução de custo operacional, auxilia a equipe comercial a entender a dinâmica de uso da internet do cliente, sugerindo o melhor plano.

O corpo técnico do provedor que planeja se manter no mercado deve estar atualizado, com toda a equipe capacitada. Só técnicos capazes podem antever situações problemáticas e colocar em funcionamento um serviço sem interrupções. Como manter seus técnicos permanentemente atualizados? Você precisa responder essa questão. Esse tipo de necessidade pede parcerias no mercado.

Outro ponto-chave está em manter um relacionamento próximo com os seus fornecedores, em particular, o seu fornecedor de equipamentos. Um relacionamento comercial se dá em bases profissionais e técnicas. O que está em negociação é maior do que valores monetários — que também são relevantes. A relação com seu fornecedor deve ser de confiança, de trocas e a escolha deve levar tudo isso em conta. O seu fornecedor precisa ser capaz de trocar ideias sobre os seus equipamentos e projetos futuros. As relações devem ser produtivas, de alto nível técnico e podem envolver capacitação do seu pessoal.

Os ISPs com rede premium, corpo técnico atualizado e mantendo uma relação de alto nível com o fornecedor estão prontos para o novo momento do negócio.

*Sobre o autor:  William Taylor, Diretor Comercial e de Marketing da Connectoway. As opiniões expressas nesse artigo não necessariamente representam o ponto de vista de TELETIME

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