Para Daniel Cardoso, CEO da operadora de redes neutras I-Systems, esse novo mercado, apesar de já existir há três anos, ainda não chegou a uma "velocidade de cruzeiro".
"Eu diria que tivemos uma decolagem de três anos, mas ainda não estamos voando a velocidade de cruzeiro", disse o executivo, apontando o desafio que as empresas de infraestrutura ainda têm de mostrar sua importância ao mercado de banda larga. Ele participou do Forum de Operadoras Inovadoras, evento realizado esta semana em São Paulo e organizado pela TELETIME e pela Mobile Time.
"Já existe um movimento forte que vai além das nossas parceiras âncora. Há grandes empresas que já mudaram para o modelo de redes neutras. Mas é um modelo inovador, que ainda precisa mostrar que a rede funciona com mais qualidade, eficiência e, sobretudo, que está preparada para novos serviços inovadores", analisa. Para ele, o principal diferencial das redes neutras é a qualidade, mas ainda há outros atributos.
No caso da I-Systems, a parceria com a empresa operadora de torre e acionista controladora IHS, abre possibilidades de uma rede completa, sobretudo para o mercado de 5G. "Uma rede 5G nada mais é do que uma rede FTTx com um rádio na ponta. A gente leva a fibra, mas a IHS tem a torre e vejo um caminho de compartilhamento mais amplo entre as operadoras, inclusive no modelo de Network as a Service".
Novos serviços
O diretor de marketing da Alares, Alejandro Contreras, reconhece que existe hoje um desafio para a expansão dos serviços de fibra, e que esse momento precisa ser enfrentado com novos serviços, com inovação e, principalmente, com qualidade de serviços.
"O momento é outro, não é mais aquele blue ocean em que o crescimento vinha fácil. Hoje há uma competição difícil, "em que apenas 15% de nossos clientes não estão vindo de outras operadoras". Nesse cenário, diz, muitas vezes a disputa fica apenas baseada em preço. "Não pode ser assim. O nosso foco tem que ser na qualidade", diz ele, explicando inclusive porque a Alares não entrou ainda no mercado móvel. "Temos que ter foco em fazer o melhor", diz.
Ele diz que o churn é hoje o grande desafio das operadoras de banda larga, o que requer um serviço de mais qualidade e estratégias de fidelização.
Para Daniel Cardoso, da i-Systems, no momento em que os ISPs adotam a qualidade da rede e dos serviços como diferencial, as redes neutras passam a fazer mais sentido. "Além disso, a gente permite que o operador mantenha o foco no que importa, que é em vender e crescer".