Claro reduz "zero rating" em planos e aumenta franquias de dados

Claro

A Claro está mudando sua política de acesso ilimitado para aplicativos de redes sociais nos novos pós-pago e controle. A nova abordagem faz parte do portfólio atualizado da marca para o ano de 2024 – e que já está em vigor para novas contratações.

Ao TELETIME, a operadora explicou que a estratégia foi baseada em estudos de mercado e em tendências de consumo. A exceção é o aplicativo de mensagens WhatsApp, que permanece sem alterações. Ou seja, o acesso continua não sendo descontado (inclusive para as chamadas de voz e vídeo), mas só enquanto a franquia de dados do cliente estiver ativa. A novidade foi antecipada pelo site Tecnoblog.

Já nos planos controle (que vão até 25 GB), haverá uma franquia de Internet adicional de até 5 GB para os aplicativos YouTube, Instagram, TikTok, Facebook e X (ex-Twitter). Benefícios específicos para fãs de jogos como Free Fire, Asphalt 9 e Pokémon GO também serão descontados dessa franquia extra – de modo que quando ela for atingida, o usuário passa a gastar do limite tradicional.

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Na modalidade pós, cujas opções vão de 25 GB a 300 GB de Internet, há o chamado Extraplay, que "dobra a quantidade de dados já contratada, e que agora passa a contar com acesso às redes sociais, como Instagram, X (ex-Twitter), Facebook e TikTok, além de apps de conteúdo, como YouTube Netflix, Globoplay e Claro tv+, entre outros", segundo informou a Claro.

Estratégia

Em nota ao TELETIME, a Claro informou que os novos planos também estão disponíveis para quem já é cliente. No entanto, não haverá uma migração forçada. Isso porque as condições e benefícios adquiridos no momento de contratação anterior a essa mudança seguem as mesmas, caso o usuário opte por permanecer com o mesmo plano.

Para traçar essa abordagem, a operadora destacou que, além dos estudos de mercado, também considerou a análise de necessidades e percepções dos clientes. "Essa atualização é parte da estratégia da Claro de oferecer a melhor opção em voz e Internet móvel, além de refletir a crescente demanda por dados e aplicativos especialmente entre clientes que já aderiram à tecnologia 5G, na qual a Claro foi pioneira e vem liderando o crescimento de mercado", explicou a operadora. 

Discussão sobre o zero-rating e neutralidade da rede

A estratégia de oferecer ao consumidor redes sociais sem descontar da franquia (conhecida como zero-rating) não é exclusiva da Claro. Isso se tornou popular entre as operadoras brasileiras há um bom tempo. No entanto, a prática tem gerado discussões entre as teles diante do salto no consumo de dados e da migração de serviços tradicionalmente oferecidos pelas operadoras, como voz e mensagens, para os aplicativos.

A pauta se relaciona com a preocupação do setor de que investimentos em infraestrutura acompanhem o novo padrão de consumo. É por essa razão que as operadoras têm defendido publicamente que as grandes plataformas contribuam com o uso das redes, prática também chamada de fair share (contribuição justa). A revisão das práticas de zero-rating se insere nesse debate.

O cenário ainda é potencializado pela chegada da rede 5G ao País. A Vivo, por exemplo, percebeu que os primeiros usuários da rede de quinta geração da companhia passaram a consumir até 50% mais dados do que clientes convencionais.

Há ainda uma outra discussão na mesa: a neutralidade de rede. Isso porque especialistas sempre viram com preocupação o possível cenário de distorção no mercado gerado pela prática do zero-rating. No caso, o principal argumento para a tese é o favorecimento de uma rede social ou serviço de streaming específicos em relação a outros. No começo de 2023, por exemplo, a Coalizão Direitos na Rede (CDR) solicitou ao Ministério da Justiça medidas contra zero-rating das operadoras.

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