Com problemas nos satélites mPOWER, SES adia início das operações e refaz acordo com a Boeing

Instalação de paineis solares em satélite mPOWER

Em conferência com analistas para a apresentação dos resultados do trimestre, a operadora de satélites SES trouxe mais informações sobre alguns problemas de funcionamento dos novos satélites da constelação mPower, lançados no final do ano passado, este ano e com mais dois lançamentos previstos para 2023. Segundo a operadora, o problema parece ser no módulo de energia, gerando instabilidade no funcionamento dos equipamentos e em alguns casos comprometimento permanente. Com isso, a expectativa de início das operações da constelação mPower foi adiada para o segundo trimestre de 2024, contra uma previsão original de setembro deste ano.

A empresa ainda não decidiu se acionará o seguro dos satélites já lançados e afetados pelos problemas, mas tudo indica que há um problema de projeto que estaria afetando a expectativa de capacidade, vida útil e funcionamento da constelação. Como consequência, a SES redesenhou o acordo com a Boeing, fabricante do satélite utilizado na série mPower, com a possibilidade de que a fornecedora promova as correções necessárias nos próximos sete satélites a serem lançados, melhorias nos futuros satélites já encomendados, adicione pelo menos mais dois satélites ao previsto (a constelação teria 11 satélites ao todo) e, mais importante, passe a participar da operação mPower no modelo de risco (revenue share) dos dois novos satélites a serem incluidos na constelação. 

O problema detectado nos quatro satélites já em órbita e nos próximos dois a serem lançados, apesar de sério, não tem uma consequência imediata nem afeta a viabilidade da operação mPower, segundo analistas, porque de início não se esperaria a capacidade plena dos satélites, de qualquer maneira. O impacto é mais no cronograma e nas projeções futuras de capacidade.

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Os satélites utilizados na geração mPower do serviço O3b da SES são da série 702X e havia uma grande expectativa de que a tecnologia de software-defined satellites adicionasse uma grande capacidade ao serviço a um custo significativamente mais baixo. Em entrevista a este noticiário, a Boieng tinha inclusive expectativas de que os satélites pudessem vir a ser utilizados por outras operadoras que optassem por constelações MEO, como a SES. A Intelsat está justamente em processo de definição do fornecedor de sua futura constelação de órbita média.

Para a SES, a constelação mPower é considerada parte essencial da estratégia multiórbita, adicionando capacidade e flexibilidade de cobertura para a empresa na disputa pelo mercado, sobretudo com as novas constelações LEO, como Starlink e Kuiper, da Amazon.

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