Qualcomm quer IA nativo em todos os dispositivos

Luiz Tonisi, presidente da Qualcomm para América Latina

A Qualcomm segue firme na estratégia de fazer com que a Inteligência Artificial se torne parte nativa dos dispositivos utilizados pelas pessoas. Esse é o principal atributo da última geração de processadores Snapdragon, que já equipa uma série de novos dispositivos lançados recentemente de fabricantes como Honor, Xiaomi e Oppo, e também da última geração de dispositivos Samsung da linha S24.

O conceito por trás desse movimento, explicou Luiz Tonisi, presidente da Qualcomm Latin America a TELETIME durante o MWC 2024, que aconteceu esta semana em Barcelona, é assegurar que as pessoas possam ter o processamento por IA relacionado às suas informações pessoais nos seus dispositivos pessoais, evitando riscos de exposição indevida de dados e usos abusivos das informações. "Algumas aplicações sempre vão precisar ser processar na nuvem, para serem atualizadas, mas a maior parte das aplicações que vislumbramos são pessoais, aprendidas com os próprios usuários, como se fosse um assistente pessoal aprendendo o que fazer", diz Tonisi.

"Queremos que o handset entenda o que o usuário precisa e ajude ele nas suas tarefas, mas de maneira inteligente. E isso não é só no handset. É nas coisas, no carro, nos dispositivos vestíveis e no seu computador pessoal". 

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No final do ano devem ser lançados os primeiros PCs com processador Snapdragon da próxima geração (Snapdragon X). Ele vai ser um PC conectado, mas com capacidade de processamento local de IA. Da mesma forma, a Qualcomm está colocando a mesma tecnologia nos equipamentos que equipam os carros de nova geração. "O processamento dos carros autônomos, elétricos ou com sistemas de navegação mais sofisticados já estão vindo equipados com essa tecnologia, porque dependem de tomadas de decisão que não podem depender de rede", diz o executivo da Qualcomm.

IoT as a Service

Para além da Inteligência Artificial, a Qualcomm começa a entrar também na prestação de serviços para o mercado de IoT, com o conceito de IoT as a Service, por meio da plataforma AWARE, que unifica o rastreamento de várias tecnologias de chipsets da Qualcomm. Por meio de acordos globais, a Qualcomm consegue fazer com que os módulos de rastreamento ou etiquetas inteligentes tenham acesso global a redes 5G, 4G e 3G e satélites, e esse acompanhamento dos dispositivos é comercializado em escala global por meio de parceiros. É uma das principais apostas da Qualcomm na área de prestação de serviço, cada vez mais relevante para a empresa. " É a primeira vez que a Qualcomm começa a comercializar serviços". 

Mas, segundo Tonisi, a Qualcomm não tem know how nas verticais de negócio nem no desenvolvimento de aplicação, por isso os acordos são sempre feitos com parcerias. Os primeiros contratos, inclusive para o Brasil, devem ser anunciados nas próximas semanas. "Esse modelo traz escala para quem precisa ter uma aplicação IoT, com a interface de monitoramento e os módulos".

OpenRAN

Outra aposta da Qualcomm segue sendo a parte de rádio OpenRAN, com parcerias com várias empresas. A empresa desenvolve as basebands e placas de aceleração com diversos parceiros no Brasil, e acredita que esse mercado deve entrar em aceleração em breve, assim como o mercado para equipamentos 5G FWA.

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