Put buscou preservar investimentos, diz Previ

Não será fácil os fundos de pensão explicarem aos parlamentares o acordo de put firmado com o Citibank. Nesta quarta, 30, os presidentes dos três maiores fundos de pensão estiveram na CPMI do Mensalão. O relator da comissão, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP/MG), relator da CPI, dedicou todo o seu tempo de inquisição dos depoentes questionando exclusivamente o acordo de put e tentando extrair informações que comprovassem a sua tese: a de que os fundos de pensão fizeram um acordo com o Citibank pelo qual pagarão um preço por ação de mais de três vezes o valor de mercado e pelo qual o Citi tem nenhum risco e os fundos têm muito risco. Mesmo com a discordância de Sérgio Rosa, presidente da Previ, o relator afirmou. "Essa minha convicção é muito clara".

R$ 3 bilhões

Sérgio Rosa deu, entretanto, outra versão. Disse que o acordo de put foi a "obrigação assumida em troca de mais uma série de acordos que garantirão aos fundos condições de venda das ações que preservem os investimentos". Lembrou que nas condições em que os investimentos das fundações estavam, elas "virariam pó, literalmente", caso a participação do Citibank fosse comprada pelo Opportunity. "Hoje os investimentos dos fundos de pensão nas empresas de telecomunicações teriam um valor presente de R$ 3 bilhões. É na proteção desses investimentos que fechamos o acordo de put". Sérgio Rosa lembrou que o preço estabelecido no put é mais alto do que o valor de mercado porque são ações de controle. "No processo de privatização, o governo estabeleceu um prêmio de controle de 4,6 vezes o valor de mercado no caso da Brasil Telecom. O consórcio Solpart, na época, venceu o leilão pagando um prêmio de 4,9 vezes. O valor estabelecido no put é de 3,6 vezes o valor de mercado". Segundo Rosa, naturalmente a operação de put embute um risco, mas que é "muito menor agora do que era se não tivéssemos a garantia de controle e os acordos de gestão conjunta e tag along que conseguimos tirar do Citi". Sérgio Rosa lembrou que os investimentos feitos pela Previ na época da privatização foram objeto de auditoria interna da Previ e que atualmente a fundação tem colaborado com investigações da Secretaria de Previdência Complementar e da Polícia Federal" sobre estes investimentos. "No processo de privatização ficamos expostos a uma situação em que mais de 6% de nosso patrimônio está investido em ações, e nós precisamos rever essa posição".

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