Casa Civil chama entidades para debater Lei de Comunicação

No painel de encerramento do primeiro dia do Fórum Brasil de Programação e Produção, nesta terça, dia 31, o assessor especial da Casa Civil André Barbosa expôs os princípios básicos do projeto de Lei de Comunicação Eletrônica em gestação pelo governo federal. Segundo ele, o objetivo do projeto, que regulamenta os artigos 221 e 222 da Constituição Federal, é promover uma relação de eqüidade entre os atores do setor de comunicação. Ele convidou qualquer entidade que deseje participar do grupo consultivo do projeto a mandar uma carta à Casa Civil solicitando esta participação, e disse que as entidades "mais próximas" ao projeto já se manifestaram e estão participando do processo. Para as demais, colocou o seu email pessoal para receber as propostas: abarbosa@planalto.gov.br .
Um grupo interministerial será formado a partir desta semana para debater o tema e terá 180 dias a partir de sua composição (prorrogáveis por mais 90 dias) para entregar um relatório ao presidente Lula. Segundo André Barbosa, o grupo será nomeado nos próximos 10 dias, quando começa a contar o prazo.
Afirmando que legislações semelhantes são adotadas ou estão sendo elaboradas em vários países, como EUA, Inglaterra, Japão e Espanha, Barbosa lembrou que a regulamentação atual as comunicaçoes no Brasil data de 1962 (com ajustes em 1967), e portanto está defasada em relação aos avanços tecnológicos.

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Segundo ele, a nova regulamentação deve levar em conta a evolução tecnológica, como a possibilidade de triple play, comunicações wireless e tecnologias de banda larga.
O objetivo, em resumo, deve ser o de estabelecer as diretrizes para um modelo de transição para o mundo da convergência que seja eficiente e eqüitativa, desenvolver a cooperação regional, reduzir as barreiras de entrada e assegurar a concorrência entre os atores econômicos e preservar a diversidade cultural e o acesso à informação. "Queremos um pacto social, um acerto entre todos os setores, cada um com sua demanda, onde todos terão que ser flexíveis", disse Barbosa. Ele disse que as agendas de conversas serão públicas, ainda que as reuniões com as diferentes entidades e empresas sejam reservadas.
Em linhas gerais, Barbosa criticou também o que chamou de "avanço privatizacionista" do governo anterior, afirmando que o Estado foi afastado de suas funções de gerenciar as políticas para o setor, e que isso deve ser revisto agora, com o poder de elaborar diretrizes sendo devolvido ao Poder Executivo.
Ele disse ainda que os artigos 220 e 223 da Constituição merecerão um tratamento separado, onde se discutirá inclusive a Lei de Imprensa, e que eles não estão no escopo da Lei de Comunicação Social, que é um projeto para estabelecer as "relações mercadológicas" entre os agentes do setor.

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