Ações da BrT adquiridas em bolsa por Dantas valem US$ 250 mi

Paolo Dal Pino, presidente da Telecom Italia do Brasil, declarou nesta sexta, 29, em tom de brincadeira, que ?apenas Einstein? poderia dizer exatamente quantas ações do Opportunity foram compradas na operação em que a operadora italiana e o grupo de Daniel Dantas celebraram acordo para fim de conflitos, retorno da TI ao controle da Brasil Telecom e fusão entre TIM e BrT GSM. De fato, o número preciso de ações ainda é um mistério, mas os valores começam a ficar mais claros. Segundo fontes confiáveis, Dantas conseguiu da Telecom Italia o compromisso de pagar a ele US$ 250 milhões pelas ações que adquiriu diretamente em mercado aberto (estima-se que sejam cerca de 10% das ONs da Brasil Telecom), mais US$ 85 milhões pela sua participação no Opportunity Zain (cerca de 9,85% desse veículo, onde também estão os fundos de pensão e o Citibank, com o restante das ações), e mais US$ 65 milhões para cessar as ações na Justiça. Ao todo, são 341 milhões de Euros. A Telecom Italia explica que, fora o montante referente aos acordos judiciais, o resto só será pago se houver acordo com o Citi e com os fundos.

Ação

Os fundos de pensão e o Citibank, por seu turno, ainda avaliam se recorrerão à Justiça contra o acordo entre os italianos e o Opportunity. Consideram que o problema não foi a negociação em si, mas o fato de ela ter envolvido um ativo sobre o qual Citi e fundos já tinham ingerência, que era a Brasil Telecom GSM. Entendem que Dantas acabou usando de um poder que não tinha mais para barganhar melhores condições de saída com a Telecom Italia. De qualquer forma, se houver recurso à Justiça, os fundos atuarão no Brasil e o Citibank, em Nova York. A Justiça norte-americana não tem poderes, obviamente, sobre a jurisdição brasileira, mas tem poderes para criar problemas para o Opportunity. Quanto à divisão de poder dentro da BrT, fundos e Citi avaliam que não houve mudanças, uma vez que já se trabalhava com a hipótese de Telecom Italia voltar ao bloco de controle. O comando da empresa seguirá compartilhado por fundos de pensão e pelo banco norte-americano, com a TI indicando seus diretores normalmente.

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Liminar

Nesta sexta, os fundos de pensão conseguiram na Justiça do Rio de Janeiro liminar impedindo que a Brasil Telecom aprovasse um plano de benefícios e garantias a seus executivos que estão envolvidos diretamente nas negociações de saída do Opportunity. A decisão foi considerada uma vitória.
Por outro lado, em assembléia da Brasil Telecom S/A, uma confusão marcou a eleição dos conselheiros, especialmente os representantes dos acionistas minoritários. A presidência da AGE, comandada pelo advogado do Opportunity, Francisco Müssnich, criou algumas condições para a presença dos acionistas minoritários e, com isso, boa parte deles, inclusive grandes instituições bancárias brasileiras, ficaram de fora. Quando conseguiram entrar na sessão, a AGE estava encerrada e os representantes dos minoritários haviam sido eleitos. Foram escolhidos nomes que sempre figuram nos conselhos da BrT e sobre os quais não há certeza de que sempre sigam os interesses dos preferencialistas: Antônio Cardoso dos Santos e, como suplente, Waldir Correa, presidente da Animec, a associação dos acionistas minoritários, que em diversas ocasiões saiu em defesa das mesmas causas do Opportunity (ver nota a seguir). TELETIME News procurou Correia nesta sexta, 29, mas não obteve retorno.

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