Cidades inteligentes e o papel dos provedores no desenvolvimento urbano sustentável

Droander Martins

Cidades inteligentes representam o futuro do desenvolvimento urbano, combinando tecnologia e conectividade para melhorar a qualidade de vida e promover a sustentabilidade. Atualmente, existem diversos projetos do gênero em andamento, e, nesse contexto, provedores de Internet e integradores de tecnologia surgem como elementos-chave para a concretização desse cenário futurístico.

O desenvolvimento de cidades inteligentes depende da sinergia entre diferentes setores. Provedores de Internet possuem infraestrutura de conectividade necessária, mas muitas vezes carecem de know-how especializado e da tecnologia avançada necessária para implementação de soluções de cidades inteligentes. Por outro lado, integradores de tecnologia têm expertise e tecnologia, mas não têm infraestrutura de conectividade.

Ainda assim, o crescimento no número de projetos de cidades inteligentes sugere uma tendência ascendente para 2024, prevendo-se uma enxurrada de editais. Como exemplo de iniciativas atuais, destaca-se o Edital de Chamada Pública Nº 0001/2023, da Associação de Empresas do Parque Tecnológico da Bahia (AEPTECBA), que buscou selecionar empresas e instituições para demonstrar soluções tecnológicas inovadoras para cidades inteligentes no Living Lab | Cidades Inteligentes do Parque Tecnológico da Bahia. Muitos possíveis fornecedores ainda não estão cientes dessas oportunidades emergentes, mas a tendência tem sido observada pessoalmente desde 2014.

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No contexto brasileiro, a cidades paulistas de São José dos Campos e São Caetano do Sul destacam-se como pioneiras, sendo as duas únicas cidades a receberem a certificação de Cidade Inteligente no mais alto nível pela ABNT, uma chancela que confere um padrão de qualidade e inovação no setor. Notavelmente, a Americanet, um provedor de Internet proeminente, é um dos elos desse progresso em São Caetano do Sul, ilustrando o impacto significativo e a relevância dos provedores de telecomunicações na implementação e sustentação de iniciativas de cidades inteligentes no Brasil.

Mas como os provedores devem se preparar? Além da qualidade da infraestrutura, existe uma necessidade de monitoramento, gerenciamento, gestão das aplicações e segurança da rede. Dentro de cidades inteligentes, o monitoramento proativo da rede por meio de Centros de Comando e Controle (CCO), Centros de Operações de Rede (NOCs) e a implementação de Centros de Operações de Segurança (SOCs) são essenciais. Estes centros são responsáveis ??por garantir a integridade, eficiência, disponibilidade e segurança dos serviços de rede, identificando e respondendo rapidamente a qualquer ameaça ou falha. A cibersegurança é um componente crítico para proteger infraestruturas específicas, dados e serviços contra ataques cibernéticos e outras ameaças, garantindo assim a resiliência e confiabilidade das cidades inteligentes.

A realização das cidades inteligentes e a exploração do potencial do Big Data também são extremamente dependentes da sinergia impecável entre interconexões humanas e de dispositivos, dados, conteúdo, nuvens e redes. Os data centers surgem como componentes essenciais, suportando as complexidades e as demandas das cidades inteligentes.

Líderes

Entre as líderes em inteligência e conectividade, atualmente Florianópolis (SC) ocupa a 1ª posição entre as cidades mais inteligentes e conectadas do Brasil, seguida por Curitiba (PR), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e Niterói (RJ). Essas cidades exemplificam o potencial e as soluções de cidades inteligentes quando são empregadas estratégias e tecnologias específicas, instaladas como modelo para outras cidades em busca de maior inteligência e conectividade.

As cidades inteligentes promovem a eficiência em diversos processos urbanos, proporcionando melhor gestão de recursos, otimização de serviços públicos e promoção de práticas sustentáveis. A integração da inteligência artificial deve ampliar ainda mais esses benefícios, potencializando soluções inovadoras para desafios urbanos contemporâneos.

Além de melhorias operacionais, as cidades têm potencial de gerar impactos significativos no meio ambiente e na sociedade. Soluções de cidades inteligentes podem contribuir para reduções significativas na emissão de carbono, melhor gestão de resíduos e promoção de práticas ambientais sustentáveis. Essas inovações têm o poder não só de transformar a infraestrutura urbana, mas também de promover a coesão social, a inclusão e a qualidade de vida.

Na medida em que as cidades inteligentes progridem, é imperativo que os provedores de Internet e integradoras de tecnologia estejam devidamente preparados e proativos, assumindo responsabilidade significativa para implementar e sustentar infraestruturas sólidas e seguras. O estabelecimento e manutenção de data centers robustos, aliados ao monitoramento proativo da rede e implementação de estratégias avançadas de cibersegurança, são essenciais para sustentar a inovação e a conectividade em ambientes urbanos avançados. Estas medidas são cruciais para a realização de cidades inteligentes, assegurando um futuro urbano integrado, resiliente, e sustentável, onde a inovação e a tecnologia operam em conjunto para melhorar a qualidade de vida e promover a sustentabilidade.

* Droander Martins é CEO da IPV7 Tecnologia da Informação. As opiniões expressas nesse artigo não necessariamente refletem o ponto de vista de TELETIME.

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