UBS analisa edital do 5G e aponta que nem todos os lotes terão atratividade

Foto: Pixabay

Com a publicação do edital do 5G, fica agora a expectativa de como será o leilão no dia 4 de novembro. Antes da aprovação final na Anatel, várias operadoras demonstraram interesse. Agora, estão estudando as condições da disputa, dos preços e dos compromissos. Um relatório publicado pela UBS nesta quarta-feira, 29, reúne a percepção dos analistas do banco de agora em diante. 

O relatório, assinado pelo analista Leonardo Olmos e pelos analistas associados Andre Salles e Victor Ricciuti, afirma que pode não haver tanta demanda para alguns dos lotes, embora coloque haver muitas combinações e estratégias. E nos lotes regionais, outros players podem acabar surgindo além da Brisanet.

Especificamente sobre a banda de 2,3 GHz, o documento aponta que a Anatel aumentou a atratividade ao colocar "quase nenhum limite de espectro" (o proponente pode adquirir os 50 MHz oferecidos), mas que a faixa tem limitações de equipamentos no 5G e haveria baixo interesse das operadoras. 

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Com relação ao lote de 20 MHz na faixa de 700 MHz, o relatório apenas aponta que não há regras de limite de espectro, mas que há proibição das vencedoras do leilão de 2014 (Claro, Vivo e TIM). E que, por não haver mais a Oi como proponente, a Anatel imaginou formas diferentes de disponibilizar o espectro.

Cobiçadas

Na faixa de 3,5 GHz, os analistas da UBS apontam pelo interesse das grandes operadoras, além da probabilidade de a Highline entrar como operadora neutra, estimulando a criação de MVNOs. Nos blocos regionais, diz que a Brisanet já é declaradamente interessada no Nordeste, mas que há probabilidade de outros "players ambiciosos" para outras regiões.   

Pelo levantamento feito pelos analistas, a Claro demonstrou interesse em várias bandas, com 3,5 GHz e 26 GHz em especial, mas considerando as sobras de 700 MHz e o 2,3 GHz em eventual segunda rodada. Já a Vivo, confirmou também interesse de 3,5 GHz. A TIM também, ressalvando outras faixas, embora tenha mostrado desinteresse no 2,3 GHz. 

O relatório afirma que a Oi não deverá participar no 3,5 GHz – o que acontece por conta de cláusula de não competição no serviço móvel pessoal com a venda da Oi Móvel. Mas vale lembrar que o CEO da empresa, Rodrigo Abreu, disse recentemente que não se descarta participar da competição pela faixa de 26 GHz, seja pela própria operadora ou mesmo por meio da V.tal, embora a venda para os fundos geridos pelo BTG Pactual ainda não tenha sido autorizada pela Anatel e nem o Cade. 

No bloco de 26 GHz, o relatório coloca que a regulação antecipa interesse nas aplicações de Indústria 4.0, e que dá flexibilidade para obter autorização para utilizar outros serviços além do celular, como acesso fixo (FWA) ou para Internet das Coisas (M2M). 

Ações

Diante desse cenário e com base no preço da última segunda-feira, 27, os analistas fazem recomenda de compra apenas para a Oi e para a Vivo, enquanto para a América Móvil (controladora da Claro, com ações negociadas no México), Brisanet e TIM, a recomendação é neutra. Confira na tabela abaixo. 

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