Celulares piratas invadem o mercado brasileiro

Paralelamente à chegada oficial do iPhone no Brasil, o País virou destino de celulares piratas. Fabricados na China, a maioria carrega marcas fictícias ou, simplesmente, marca nenhuma. Alguns, mais ousados, falsificam o logotipo da Apple. Eles são conhecidos como "MP7", "MP8" e "MP9" – como se fossem a evolução dos MP3 players. "MP7 são os modelos que vêm com antena para captar TV aberta. MP9 são aqueles que vêm com câmera com zoom óptico", explica um vendedor de uma pequena loja de eletrônicos no centro do Rio de Janeiro. Os celulares piratas são facilmente encontrados em lojas de informática na Santa Ifigênia, em São Paulo, e no Centro do Rio de Janeiro. Quem mora em outras cidades pode encomendar pela internet: uma rápida busca no Google revela vários sites brasileiros que vendem esses celulares via comércio eletrônico.
A maioria dos celulares piratas se assemelha a modelos high end oficiais disponíveis no mercado: têm câmeras de 3 ou 5 megapixels, MP3 player, tela colorida, emuladores de videogames, Bluetooth e até 1 Gb de memória interna. A novidade é a presença de antena para recepção de TV analógica, funcionalidade pouco comum nos smartphones disponíveis no Brasil. Entre os celulares piratas há também vários modelos que trazem dois slots para SIM cards. A maioria dos modelos é triband, o que significa que não funciona na rede da Vivo. Mas há também modelos de "MP7" e "MP9" quadriband.
O grande diferencial desses terminais piratas é o preço, que fica muito abaixo dos similares "oficiais". No centro do Rio de Janeiro, é possível comprar um "MP7" desbloqueado com câmera de 5 megapixels, antena de TV aberta, Bluetooth, 512 Mb de memória e espaço para dois SIM cards por R$ 495 à vista. Um detalhe interessante: o vendedor oferece seis meses de garantia na loja e assistência técnica especializada.

Notícias relacionadas
Duas fontes de operadoras brasileiras ouvidas por este noticiário confirmaram já ter notado a entrada desses aparelhos em suas redes, graças às plataformas de device management – sistemas que identificam os modelos dos terminais ativos na rede. Os celulares piratas são modelos não homologados pela Anatel e que não possuem IMEI – código universal usado pelos fabricantes para identificar os aparelhos produzidos. A quantidade desses celulares piratas em atividade no Brasil, porém, ainda é insignificante, garante uma das fontes.

China

A origem desses celulares são fábricas clandestinas na China. "Há muitos fabricantes ilegais na China. E como os compradores por aqui conhecem bem os custos de produção, as margens são pequenas. Para lucrarem mais, esses fabricantes têm procurado vender os celulares piratas para o exterior", explica a jornalista chinesa Gloria Shao, especialista na cobertura do setor de telecomunicações da China.
Fontes acreditam que esses celulares entrem no Brasil ilegalmente, via contrabando. O não pagamento de impostos é uma das razões para que os preços sejam menores que aqueles de smartphones originais. Acredita-se que muitos desses celulares cheguem ao Brasil pela fronteira com o Paraguai. Na internet encontram-se vários links em português com listas de lojas de MP7 no Paraguai.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!