Conforme havia antecipado a este noticiário, o conselheiro da Anatel, Pedro Jaime Ziller, voltou a dizer nesta terça-feira, 29, que está estudando a iniciativa implementada pela da Britsh Telecom de separar rede da prestação do serviço, como forma de permitir o aumento da competição, crescimento e universalização das telecomunicações em geral. A proposta, no entanto, foi duramente criticada por Eduardo Navarro, diretor-geral de planejamento estratégico e regulação da Telefônica Internacional, no 7º Encontro Tele.Síntese.
?Daqui a pouco quem vai estar sentado nessa mesa, será o Google, o Yahoo e o Skype. Podem perguntar, ?mas quem fez o investimento de vocês??. E eles responderiam: ?foram os bobos de telecom??, ironizou. Navarro afirmou que o mercado tem dúvida de que o investimento em rede gere rentabilidade e por outro lado, as empresas que prestam serviços, mas não têm rede, como as citadas acima, têm um alto valor no mercado. ?É preciso evitar que uns paguem e os outros façam a festa?, disse ele.
Para Luiz Tito Cerasoli, diretor de regulamentação da Embratel, a proposta ?é meio complicada? porque mantém o mesmo grupo econômico dono do meio e do serviço. ?A infra-estrutura tem que ser de uma terceira parte, porque senão é a mesma empresa, e assim não há nenhum avanço?, afirmou.
Confusão conceitual
Outros executivos de empresas de telecomunicações ouvidos por este noticiário apontam ainda erros conceituais no raciocínio da Anatel. "A British Telecom não recebeu a licença única em troca da separação das redes e dos serviços. Uma coisa não teve relação com a outra. A licença única é uma tendência regulatória da Europa", explica um executivo.