América Móvil encerra acordo com KPN e pode frustrar compra da E-Plus

Ao anunciar a venda por 8,1 bilhões de euros da alemã E-Plus para a Telefónica Deutschland na semana passada, a companhia holandesa KPN colocou fogo na briga entre a espanhola e a América Móvil (AMX). Nesta segunda-feira, 29, a AMX anunciou o término imediato de um acordo prévio com a holandesa, da qual é a maior acionista individual, permitindo sair da posição de manter a participação de menos de 30%. Agora, a mexicana pode aumentar o controle, desde que anuncie um IPO para a compra de 100% da KPN. A compra da companhia holandesa poderia, assim, bloquear a oferta da Telefónica.

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"A AMX agora pode aumentar sua participação para 30% ou mais dos direitos de voto agregados ao capital acionário da KPN, de acordo com a oferta mandatória e outros requerimentos legais", afirmou comunicado da companhia holandesa. Essas condições seriam, de acordo com a legislação da Holanda, a oferta pública de compra de 100% da empresa. Analistas de mercado disseram a agências internacionais que a América Móvil não possui capital para isso.

Outra possibilidade ainda seria a venda da participação da AMX na KPN, o que provavelmente só ocorreria após a eventual conclusão do negócio entre E-Plus e Telefónica Deutschland.

O grupo mexicano do bilionário Carlos Slim (controlador da Claro, Net Serviços e Embratel no Brasil), havia feito um acordo de longo prazo em fevereiro para investimento de cerca de 4 bilhões de euros para levantar capital e reduzir a dívida líquida da KPN. Assim, o anúncio da venda para a Telefónica, com quem concorre na América Latina, foi um duro golpe para Slim.

Na sexta-feira, em conferência com analistas para o anúncio dos resultados trimestrais da América Móvil, o CFO da empresa, Daniel Hajj, afirmara que ainda não havia uma posição sobre a operação, que ainda estaria sendo avaliada pela mexicana. O fim do acordo dá a entender que a operação não agradou.

Parte do acordo previa dois representantes da América Móvil no board da KPN. Eles permanecerão na companhia, desde que a participação da AMX continue em 20% ou mais, e ao menos um representante caso seja um share de 10% ou mais.

A realização da assembleia geral de acionistas da KPN que votará o negócio com a Telefónica deverá dar uma ideia mais clara das intenções da AMX.

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