Datora terá rastreamento em 300 mil veículos após adquirir STC Tecnologia

Tomas Fuchs, CEO da Datora

Buscando uma ampliação de receitas e lucratividade a partir do segmento de Internet das Coisas (IoT), o Grupo Datora deve passar a conectar o rastreamento de mais de 300 mil veículos após a recente aquisição da STC Tecnologia.

O negócio de R$ 56 milhões foi abordado em conversa entre o CEO da Datora, Tomas Fuchs, e TELETIME na última semana. Especializada na locação de devices para rastreamento, a STC traz consigo base de 270 mil veículos atendidos e que passarão a contar com conectividade da operadora, revelou o executivo.

A própria Datora já atuava no segmento, totalizando até então em torno de 30 mil veículos rastreados (a empresa começou a locar devices na área em abril de 2022). Com a aquisição, a base deve crescer dez vezes, atingindo cerca de 300 mil veículos. Segundo Fuchs, as sinergias com a aquisição devem gerar incremento de mais 20% no faturamento e no Ebitda do negócio da IoT, com ajuda de sinergias.

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Hoje, a receita da Datora com a vertical ainda é 75% relacionada aos serviços tradicionais de voz (como VoIP), ao passo que outras vertentes inovadoras (onde entra o IoT) são responsáveis pelos demais 25%, revelou Fuchs. Em termos de margem de lucratividade, contudo, a situação seria praticamente inversa – com os serviços emergentes tendo a maior contribuição.

A situação ajuda a explicar o olhar da Datora para o mercado de Internet das Coisas. Segundo Fuchs, a área e o segmento de MVNOs serão os focos de marketing da companhia nos próximos meses. Observar outras oportunidades de negócios "inclusive internacionais para atender América Latina" também faz parte dos planos.

No caso da STC Tecnologia, a vendedora do ativo foi a sul-coreana Suntech, também responsável pela produção dos devices de rastreamento locados pela então subsidiária. O relacionamento comercial com a empresa, que tem produção no Brasil, será mantido.

5G

Outra vertical onde a empresa está investindo é a de 5G, com a previsão de conclusão de um core (núcleo) de rede de quinta geração entre o terceiro e o quarto trimestre. O projeto tem a ZTE como principal fornecedora e compõe parte improtante do investimento de R$ 30 milhões projetado pela Datora para o ano.

Com o novo core, a empresa terá como gerenciar serviços de 5G prestados como operadora móvel virtual (MVNO) sem depender tanto das parcerias detentoras da infraestrutura de rede móvel. A criação de novos planos, a realização de billing e outras funcionalidades serão possíveis a partir do núcleo, replicando algo que a Datora já era capaz de fazer nas tecnologias legadas.

Segundo Fuchs, a entrada da empresa no segmento 5G também terá impacto positivo direto nas receitas do grupo. Vale lembrar que após alta no ano passado, o faturamento da Datora recuou no primeiro trimestre de 2023, em movimento relacionado ao mercado de VoIP e à valorização do real diante do dólar (que afetou receitas com clientes atuantes fora do Brasil). "Em dólar, tivemos crescimento", afirmou Fuchs.

Ao divulgar os números mais recentes, a Datora também pintou quadro de incertezas quanto ao ambiente macroeconômico. Ao TELETIME, contudo, o CEO da operadora manifestou expectativa que telecom não será tão afetada por eventuais ventos contrários na economia.

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