América Móvil tem crescimento de 8,5% nas receitas no Brasil no primeiro trimestre

O grupo mexicano América Móvil, controlador da Claro, Embratel e Net no Brasil, divulgou na noite desta terça-feira, 29, seu resultado financeiro referente ao primeiro trimestre de 2014. A companhia contou com crescimento nas operações brasileiras, com destaque para o desempenho da TV paga e para as receitas de serviços fixos.

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Somando as operações das três companhias controladas pelo grupo do bilionário mexicano Carlos Slim, as receitas no Brasil cresceram 8,5% em relação ao primeiro trimestre de 2013, chegando a R$ 8,6 bilhões. As receitas de negócio móvel aumentaram 5,7% e chegaram a R$ 3,329 bilhões. Na divisão de serviços móveis, a companhia conseguiu R$ 3,048 bilhões (crescimento de 3,8%), enquanto a de equipamentos chegou a R$ 280 milhões (crescimento de 32,5%).

As receitas de serviços fixos cresceram 11% e totalizaram R$ 5,640 bilhões. "Os serviços de voz ficaram estagnados apesar de corte de 25% nas taxas de interconexões efetivas em fevereiro, junto com a queda de preço por minuto caindo 5,3%", afirmou a empresa em comunicado. O segmento de TV paga foi responsável por 43% das receitas fixas, um aumento de 20,9%. A banda larga, por sua vez, cresceu 22,4%.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) foi de R$ 2,237 bilhões, aumento de 15,4%. A margem aumentou 1,5 ponto percentual, atingindo 26,1%. De acordo com a empresa, a melhora foi resultado de "integração de nossas operações e redução de custos associados com o declínio em linhas alugadas e em custos de manutenção de rede".

Dados operacionais

Ao final de março, a América Móvil registrou 68,749 milhões acessos móveis no Brasil, aumento de 3,7% em relação a março de 2013. O aumento de 8,9% na base pós-pago (289 mil adições e 242 mil desconexões) resultou em 14,605 mil acessos pós-pagos, contra 54,144 mil pré-pagos em março. Do total, 25% da base é brasileira, atrás apenas do México, com 27%.

Em acessos fixos, o Brasil tem 33,597 milhões de conexões, crescimento de 13,2% na comparação anual e 2,8% em relação a dezembro de 2013. Houve crescimento de 15,5% no segmento de pay TV após o grupo adicionar 432 mil novas conexões, enquanto banda larga cresceu 14,8%.

O total de acessos na soma de fixo e móvel foi de 102,3 milhões, crescimento de 6,6% na comparação anual. A companhia registrou 122 minutos por uso (MOU), contra 121 em 2013. A receita média por usuário (ARPU) foi de R$ 15 (queda de 0,9%) e o churn (taxa de fuga de clientes para a concorrência) foi de 3,2%, ou 0,1 ponto percentual acima do que no ano passado.

Geral

Na soma de todas as suas operações, a América Móvil fechou março com 342,9 milhões de acessos, aumento de 4,5%, sendo 272,2 milhões de acessos móveis (crescimento de 3,5%). Os acessos fixos somaram 31,4 milhões, sendo 19,6 milhões de acessos de banda larga e 19,7 milhões de TV paga. Foram 70,7 milhões de unidades geradoras de receita (UGR), crescimento de 8,2%, adicionando 1,2 milhão de UGRs no trimestre (571 mil em TV paga e 492 mil em banda larga). A maior operação é a brasileira, com 33,6 milhões de UGRs (48% do total).

O grupo mexicano registrou receitas de 195,4 bilhões de pesos (US$ 14,9 bilhões), aumento de 1,3% anual. O EBITDA foi de 64,9 bilhões de pesos (US$ 4,95 bilhões, 1,7% de aumento). O lucro líquido foi de 13,887 bilhões de pesos mexicanos (US$ 1,060 bilhão) no trimestre, uma queda de 48,3% em relação ao primeiro trimestre de 2013. Ao comentar o lucro operacional de 38,7 bilhões de pesos (US$ 2,95 bilhões, crescimento de 0,2%), a companhia justificou ao apresentar um custo financeiro de 8,3 bilhões de pesos (US$ 634 milhões) que "representa, na maior parte, pagamentos de juros líquidos em nossa dívida". Além disso, a empresa afirma que no ano passado registrou "um lucro composto de 1,4 bilhão de pesos (US$ 107 milhões) que foram acrescidos de ganhos com taxa de câmbio internacional na quantia de 17,4 bilhões de pesos (US$ 1,329 bilhão)”.

O fluxo de caixa permitiu Capex de 19,1 bilhões de pesos (US$ 1,45 bilhão), reduzindo o débito em 2,2 bilhões de pesos e totalizando em março 440 bilhões de pesos (US$ 33,56 bilhões).

A empresa ressaltou no comunicado a resolução do Instituto Federal de Telecomunicaciones do México no dia 7 de março, que classificou a América Móvil como "agente econômico preponderante". Com isso, a companhia ficou sujeita à regulação assimétrica, com diferentes taxas de interconexão e compartilhamento de infraestrutura e necessidade de unbundling local. Além disso, o grupo precisou eliminar a cobrança de roaming nacional e precisou prover acesso a MVNOs, além de outros requerimentos. A nova lei federal mexicana está no congresso e deverá ser votada "em breve". A América Móvil destacou ainda o acordo com o governo austríaco para um aumento de capital de um bilhão de euros na Telekom Austria, por meio da controladora (com 28%) Österreichische Industrieholding AG (ÖIAG).

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