A fornecedora chinesa ZTE, depois de um período com atuação discreta no mercado de banda larga móvel no Brasil, pretende retomar o espaço, com foco principalmente em CPEs para acesso fixo (FWA) e soluções de redes 5G para redes privativas. Nos últimos anos, a empresa focou esforços na banda larga fixa, com foco em FTTx e redes de transmissão, o que continua como carro chefe da empresa.
Segundo Yao Yu, CMO da ZTE Brasil, "estamos no Brasil há 20 anos e conseguimos resultados muito bons, mas há 10 anos, como o mercado estava desafiador, tivemos um reposicionamento. Nos últimos 3 anos retomamos a estratégia, mas com foco em redes fixas e os principais provedores fixos". A empresa anunciou uma parceria a MultiPRO (Antiga Multilaser), e durante a Futurecom 2022, realizada no começo do mês, chegou à marca de 5 milhões de terminais de OLTs para redes de fibra e 1,5 milhões de terminais WiFi, e o próximo passo na expansão das soluções fixas deve ser incorporar também a tecnologia para serviços de TV conectada (IPTV).
Segundo Yao Yu, no 5G houve negociações e testes com as operadoras e ainda é possível algumas parcerias com operadoras grandes e regionais.
Brasil importante
Para Chao Xiong, deputy GM of RAN Product Marketing, a ZTE tem uma posição relevante no mercado asiático de banda larga móvel e o Brasil é um mercado importante, que será a base para novos produtos. "Estamos confiantes de que conquistaremos uma parcela de market share com os ISPs locais", diz o executivo. "O que temos a oferecer é experiência e tecnologia".
Também em redes privadas, a ZTE vê espaço para ser fornecedora de equipamentos e serviços, mas propõe fazer isso por meio das operadoras.
Hoje o Brasil é o segundo mercado para a ZTE na América Latina, atrás do México, mas com a expansão das redes de fibra, redes neutras e redes privativas móveis, o país deve ser o número um na região. "Estamos em busca de parceiros no Brasil, porque o mercado é muito grande e muito diversificado, e é importante ter parceiros locais. Também estamos ampliando o uso de mão de obra local porque entendemos que é o melhor jeito de conversar com os clientes. E, por fim, atuamos para chamar a atenção do nosso headquarter para a importância do Brasil, e com isso temos mais recursos e mais presença aqui", diz Yao Yu, acreditando chegar a 10 milhões de dispositivos no Brasil em pouco tempo.