Reunião em que fundos pediriam explicações sobre Kroll é cancelada

A Brasil Telecom Participações S/A cancelou reunião de conselho que aconteceria nesta quarta, 28. Nessa reunião, os conselheiros indicados pelos fundos de pensão pretendiam questionar a administração da companhia em relação à contratação da Kroll para levantar informações a serem usadas contra a Telecom Italia, conforme notícias que há uma semana circulam na imprensa diária. Quando o caso de espionagem veio à tona, ficou evidente que o governo, especialmente o presidente do Banco do Brasil, Cassio Casseb, também foram investigados. Para os fundos, é estranho que a companhia contrate uma empresa para investigar seus próprios sócios.
Apesar do plano dos fundos de fazer este questionamento na reunião, o assunto não estava na pauta. Em tese, a reunião serviria para que a administração da companhia expusesse dados sobre a compra do provedor iG, incluindo os critérios de cálculo de preço e o envolvimento do Opportunity no episódio. Os fundos alegam que o Opportunity, como controlador da Brasil Telecom, nunca poderia ter decidido pela compra do provedor porque foi parte interessada no negócio. O Opportunity alega que não houve conflito de interesse na compra porque sua participação no provedor gratuito não foi alienada à Brasil Telecom. Até aqui, apenas a Telecom Italia questionou formalmente na CVM a compra do iG, mas é provável que os fundos ainda o façam. Uma nova reunião ficou marcada para o dia 10 de agosto para decidir esse assunto e, novamente, para que os fundos tentem obter mais informações sobre o caso da Kroll.
É crescente o descontentamento dos fundos com as ações da administração da Brasil Telecom, sobretudo após o episódio da espionagem. A argumentação de que a investigação visava atender aos interesses da empresa no caso CRT é questionada pelos fundos com o fato de que o próprio Opportunity aprovou, em conselho de acionistas, a compra da empresa pelo valor pago. Hoje, o Opportunity alega que a BrT foi forçada, pelos fundos e pela Telecom Italia, a pagar US$ 250 milhões a mais do que devia pela CRT, em 1999.

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O fato de Carla Cico ter admitido à Folha de S. Paulo ter contratado a Kroll e de a Brasil Telecom ter publicado comunicado confirmando essa versão abre uma porta para que os acionistas que se sentiram lesados processem a administração da companhia por manterem postura tendenciosa em relação aos interesses do acionista controlador (Opportunity). A Brasil Telecom, por sua vez, informou em notas oficiais que buscava apenas preservar os interesses da companhia e recuperar supostos danos causados pela Telecom Italia.

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