Parceria entre Citi e Dantas foi fruto de "erros passados"

Emails internos do Citibank que foram anexados ao processo movido pelo banco norte-americano na Justiça de Nova York contra o Opportunity mostram que a alta direção do Citi não apenas considerava Dantas uma pessoa "sem reputação" como a demissão do Opportunity no final de 2004 era uma tentativa de "limpar erros passados" cometidos por gestores do Citibank.
É o que revela troca de emails entre Panfilo Tarantelli, vice-chairman de administração e gestão de clientes do Citibank, e Sir Win Bischoff, na época chairman do Citibank na Europa e hoje chairman mundial do banco. Tarantelli escreveu a Bischoff no dia 29 de outubro de 2004, em tradução livre feita por este noticiário: "Riscos à nossa reputação são causados pelo fato de estarmos associados a uma pessoa sem reputação em uma batalha com o maior e mais reputado grupo da Itália", disse o executivo. Em 2004, a Telecom Italia havia rompido relações com o Citi por conta do apoio incondicional que o banco norte-americano dava a Daniel Dantas. Dantas, por sua vez, estava em uma imensa batalha judicial contra a Telecom Italia no Brasil. Após essa pressão, o Citi afastou as pessoas que cuidavam do relacionamento com o Opportunity e colocou um novo time para resolver a questão, decidindo assim demitir Dantas da gestão dos recursos no Brasil e tentar um acordo com os italianos. Uma das pessoas afastadas foi Mary Lynn Putney, diretora do Citi que sempre deu respaldo a todas as decisões do Opportunity no Brasil e enviou a autoridades brasileiras cartas elogiosas a Dantas.

Erros passados

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Mais adiante, Tarantelli diz: "a única forma de protegermos nossa reputação é nos distanciarmos das pessoas sem reputação e juntar forças com aqueles de grande reputação. Se fizermos isso, T (NR: Marco Tronchetti Provera, presidente da Telecom Italia) muito provavelmente tirará todas as acusações contra nós (…). O único risco residual deriva de uma possível, mas remota, disputa judicial com DD (Daniel Dantas). Eu não acredito que nossa reputação sofrerá se nós entrarmos em litígio com DD em um esforço para desfazer nossa parceria com ele. Ao contrário, será bom para a reputação do novo time gestor (incluindo Carpenter) limpar erros passados e associações com pessoas sem reputação". Carpenter, a quem Tarantelli se refere, é Michael Carpenter, então CEO da área de investimentos do Citibank.
Destaque-se que esses e outros emails, foram tornados públicos no processo que corre em Nova York pelo próprio Opportunity, que tentava comprovar a tese de que Win Bischoff devia ser obrigado a depor. Isso aconteceu no último dia 25. Nesta sexta, contudo, o Opportunity reapresentou os mesmos documentos pedindo o depoimento de Bischoff, mas dessa vez sem mostrar o conteúdo dos emails. De duas, uma: ou os advogados do Opportunity deliberadamente colocaram emails do Citibank de forma pública no dia 25 para constranger o banco norte-americano no processo da negociação para um acordo judicial; ou os advogados do Opportunity inadvertidamente tornaram os emails públicos. O fato é que as mensagens revelam que o maior banco do mundo considerava a associação com o Opportunity desabonadora e fruto de "erros passados" e Dantas uma pessoa "sem reputação". Veja a íntegra da mensagem do documento em www.teletime.com.br/arquivos/emails_citi.pdf
Vale lembrar que todo o processo em Nova York está para ser encerrado em função de um suposto acordo entre o Citibank e o Opportunity fechado nesta quinta, 27. Oficialmente, o Citi ainda não confirmou ou explicou o acordo.

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