O mercado global de satélites está atravessando o momento mais intenso de transformações dos últimos 25 anos, chacoalhado pela consolidação de empresas, modelos multiórbita e constelações LEO, pela possibilidade de conexão direta com dispositivos e pela integração com 5G, inteligência artificial e nuvem, entende a Embratel.
A avaliação foi realizada pelo diretor da unidade de satélites da Embratel, Lincoln Oliveira, durante o segundo dia do Congresso Latinoamericano de Satélites, promovido pela Glasberg Comunicações e TELETIME nesta quarta-feira, 27, no Rio de Janeiro.
Um dos elementos que estaria "mudando o eixo de rotação de negócios" na cadeia é a consolidação das constelações de baixa órbita (LEO), admite o executivo. Mas, segundo ele, não sem apontar que o modelo "não é uma panaceia" que resolverá todos os problemas da cadeia satelital.
"A chegada do LEO é relevante mas defendemos, como operadora GEO, que essa chegada não é a solução para tudo", afirmou Oliveira. Ainda assim, a empresa tem sido levada a se "reposicionar e buscar soluções integradas, no conceito de multiórbita que começa a ser considerado um modelo de integração". Uma "estratégia radical de fazer o mesmo de forma melhor" e a necessidade de expansão geográfica foram elencados como pontos relevantes.
5G
Em paralelo, o 5G a partir de redes não terrestres (5G NTN) também surge como grande oportunidade, potencializada com a possibilidade de conexão direta entre dispositivos e satélites. Além de atender usuários de operadoras móveis em localidades onde a cobertura destas não alcança, a integração também abre caminho para novos negócios em Internet das Coisas (IoT).
"Uma vaca vai poder falar direto com o satélite, a partir de um dispositivo de IoT pendurado na orelha", ilustrou Oliveira, destacando demais possibilidades como o rastreamento mais apurado de ativos em áreas remotas. Neste sentido, a integração dos satélites com a infraestrutura de nuvem e uso de recursos otimizados de inteligência artificial serão elementos fundamentais para habilitar este "terreno fértil no âmbito dos satélites", aponta o executivo.