Guilherme Stoliar, vice-presidente do SBT, diz a este noticiário que a emissora não endossa a carta enviada a nossa reportagem pela Abra (Associação Brasileira de Radiodifusores, da qual o SBT é parte) na quinta, 26, e distribuída hoje para a imprensa em geral, em que levanta dúvidas sobre a adoção do padrão ISDB (japonês) do ponto de vista mercadológico. ?A carta da Abra não condiz, em boa parte, com o que o SBT pensa nem com o que nós, em conjunto com outros radiodifusores, discutimos com o presidente Lula e ao ministro Hélio Costa. A carta que enviamos ao presidente é a que vale?, diz, referindo-se ao conjunto de posições entregues ao presidente Lula na semana passada (a íntegra está disponível em www.telaviva.com.br/arquivos/carta_tvd.pdf). Segundo Stoliar, ?o SBT não autorizou nem a Abra nem quem quer que seja a dizer algo diferente?.
Divergência
A carta entregue pelos radiodifusores ao presidente Lula tem duas passagens que dão margem a uma interpretação ambígua. No item 3, mostram um série de requisitos que o modelo de TV digital deveria atender (alta definição, simulcast, mobilidade/portabilidade e interatividade) e dizem explicitamente que apenas a modulação BST-COFDM, ?utilizada pelo sistema ISDB-T/implantado no Japão?, atende a estes requisitos.
O SBT, ao lado da Rede TV e da Bandeirantes, é fundador da Abra, associação que surgiu em decorrência de uma insatisfação com os rumos da Abert, onde, argumentavam, as posições da Globo prevaleciam. Atualmente, a associação é presidida por Johny Saad, presidente do grupo Bandeirantes. Stoliar diz que o SBT não pretende deixar a Abra, mas que discutirá internamente a manifestação pública da associação feita sem sua autorização.