Habilitadora de ofertas de banda larga com velocidade de download de até 2 Gbps, a tecnologia XGS-PON empregada pela Unifique vai encerrar outubro presente em dez cidades e com previsão de seguir crescendo.
Parte da estratégia divulgada junto à abertura de capital, a atualização da rede teve anúncio oficial ainda em setembro, começando então por cinco cidades catarinenses. "A 2 Gbps só nós vendemos no Brasil", destacou o diretor de mercado da Unifique, Jair Francisco, em entrevista ao TELETIME.
Gradualmente, a opção deve se estender para as demais praças atendidas pela provedora regional, segundo o executivo. Daqui para frente, equipamentos como ONTs só serão adquiridos pela empresa se compatíveis com o XGS-PON, explica Francisco.
"[Mas] não basta trocar a tecnologia. Também precisamos mostrar que existem aplicações para isso", apontou o diretor de mercado da operadora, explicando estratégia baseada em quatro portas de 500 Mbps que podem ser divididas entre diferentes pontos de uso em uma residência.
"Pode ser uma porta para o roteador, outra para o filho gamer, uma para a smart TV", exemplificou o executivo. "É uma condição de cliente mais exigente e direcionada, mas que com a Internet como serviço essencial, não é difícil de encontrar", defendeu Francisco.
Com o 5G, a empresa também avalia que velocidades ainda maiores devem ser demandadas no futuro – vale notar que o XGS-PON permite downloads de até 10 Gbps. Com os investimentos realizados no momento, a provedora avalia estar se adiantando ao movimento.
Efeito
A Unifique vê a oferta de maiores velocidades como um dos elementos que têm sustentado margens da empresa acima de 50%. Ao TELETIME, Francisco explicou que embora os planos de entrada da empresa sejam 20% mais caros que o da concorrência, a oferta de 1 Gbps estaria mais competitiva que a das principais rivais.
Como reflexo, o crescimento da base de banda larga da empresa é de quase 60% em um ano. Do ponto de vista inorgânico, a Unifique ainda adquiriu mais de 100 mil acessos apenas em 2021.
Fornecimento
Por outro lado, a crise global na cadeia de fornecimento também tem gerado desafios. Francisco revelou que prazos para entrega de alguns equipamentos de infraestrutura de rede multiplicaram de 60 dias para 240 dias – ou oito meses.
"Isso nos atrapalhou um pouco. Tivemos que comprar mais equipamentos, realinhar e restabelecer", afirmou Francisco, adicionando que a empresa vinha tomando medidas de resiliência do estoque desde janeiro de 2020. Já no caso de equipamentos usados no ponto do cliente final, a operadora ainda não vislumbrou impactos na entrega.