Você já imaginou, em pleno 2023, viver em um mundo sem nenhum acesso à Internet? Tal cenário tem se mostrado quase impossível, visto que o advento da conexão e dos serviços dela derivados se tornam, ano após ano, essenciais no dia a dia das pessoas ao redor do globo. E já há pesquisas que comprovam esse cenário, tanto fora quanto no Brasil e vão além, apontando que os provedores terão que, cada vez mais, encontrar maneiras de se diferenciar em um mercado competitivo e altamente dinâmico.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no fim do ano passado, comprova bem a essencialidade da Internet para o consumidor brasileiro: a conexão digital, seja ela em 4G ou banda larga, está presente em 90% dos lares do nosso País, o que significa 65,6 milhões de domicílios conectados.
O número demonstra um aumento de quase 6 milhões de casas em relação aos anos anteriores, e também prova que os cenários mundiais recentes, como a pandemia de covid-19 e o isolamento, contribuíram para que as pessoas estivessem cada vez mais conectadas e engajadas no ambiente digital.
Como um executivo do mercado de telecomunicações, tenho observado esse fenômeno de perto. Há pouco mais de quatro anos, quando resolvi que conectar as pessoas seria o meu propósito de vida, eu não imaginava que muito em breve, por um longo período, a Internet se tornaria o único meio de aproximá-las do mundo ao seu redor.
E então, com pessoas precisando viver trancadas em casa, todos os olhos estavam voltados para o que a tecnologia podia oferecer para aliviar solidões e garantir interações a distância. O mercado de telecomunicações precisou trabalhar incansavelmente para entregar o melhor serviço, dando início a um novo ciclo de evolução natural: o ciclo da velocidade, o primeiro que vivi à frente de uma empresa do mercado.
Me deparei então, com o desafio de garantir uma conexão ainda mais rápida. Esse foi um salto importante para os provedores de acesso à Internet, pois demandou investimento não apenas nos grandes centros, ou para as provedoras de serviço do eixo RJ-SP. Qualquer um que não investisse em fibra óptica, ficaria para trás. A investida deu resultado. Um painel divulgado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no segundo semestre de 2022, demonstrou que dois terços, ou 66% das conexões de banda larga no País são, hoje, derivadas da fibra óptica.
Ficou claro também o papel das operadoras de pequeno ou médio porte neste processo, pois levavam esse contexto para os lugares onde os grandes provedores não tinham interesse ou capilaridade para se estabelecer. Foram esses pequenos provedores que ajudaram a expandir a Internet em todo o país, o que fez com que a PNAD Contínua identificasse a ampliação da conectividade nas zonas rurais, com um salto de 57, 8% para 74,7% de conectividade nos domicílios do interior do Brasil.
Com esses fatores endereçados, foi preciso olhar para o próximo ciclo a caminho: o ciclo da qualidade. Os consumidores de repente se tornaram mais atentos às características da Internet à qual tinham acesso. E a sua forma de uso também mudou: o trabalho em casa e o aumento das chamadas de vídeo geraram uma demanda por conexões que fossem não apenas rápidas, mas também estáveis. Alcance maior nas casas, fossem elas nas grandes cidades ou em regiões mais remotas, e qualidade de sinal e de serviço se tornaram essenciais para o assinante. Mais uma evolução para o mercado de telecom estava em curso.
Neste ponto, o mercado já tinha velocidade e qualidade, e mais uma vez foi preciso olhar para frente. E se teve uma coisa que veio para ficar em decorrência da pandemia, foi a velocidade com as quais as necessidades e demandas da sociedade se transformam e evoluem. Quanto mais rápido o mercado se adapta, mais rápido novos desejos surgem. E neste contexto surgiu um dos movimentos mais recentes do setor, que é a inclusão de serviços digitais aos pacotes de Internet.
Os queridinhos da vez são as plataformas de streaming. Pela primeira vez o Kantar Ibope Media passou a aferir o consumo nessas plataformas, e os resultados foram estrondosos. Em casas onde há Internet estabelecida, o consumo do Youtube e Netflix é maior do que o share de audiência da Record e do SBT, por exemplo. Só as TVs conectadas já abrangem 59% dos lares brasileiros.
É dessa lógica de evolução e transformação que a Vero desenvolveu seu novo conceito: a Internet é a porta de entrada para o mundo. "Vem ver o mundo" simboliza o entendimento de que não dá mais para falar de globalização sem falar de democratização do acesso à Internet. Para os próximos quatro anos, já é possível prever uma sociedade cada vez mais hiperconectada. Cabe a nós estarmos atentos a ela, ouvindo suas necessidades e propondo soluções inovadoras em tempo real.
* Fabiano Ferreira é CEO da Vero Internet e membro do conselho de administração da TelComp. As opiniões expressas nesse artigo não necessariamente refletem o ponto de vista de TELETIME.