A inclusão de propaganda em serviços de valor adicionado pode ser a solução para a interminável disputa entre operadoras e provedores de conteúdo por uma participação maior na divisão da receita. Ao menos essa é a opinião do vice-presidente de desenvolvimento de negócios e operações do Walt Disney Internet Group, Larry Shapiro. O executivo entende que a propaganda em SVAs pode ajudar também a baixar o preço dos produtos. "Os preços estão altos e a remuneração dos provedores de conteúdo é baixa", criticou Shapiro. O assunto foi um dos mais debatidos nesta segunda-feira, 26, durante o Mobile Entertainment Live, evento que precede a CTIA Wireless, que acontece esta semana em Orlando.
O difícil é convencer as operadoras celulares. "Não se pode esquecer que na internet o cliente dos provedores de conteúdo é o anunciante. No celular, o cliente é o consumidor. Estamos criando valor para o conteúdo em si", destacou o vice-presidente de produtos de dados para consumidores da Cingular, Jim Ryan, sem, contudo, responder diretamente qual a posição da operadora sobre conteúdo com propaganda. Ryan defendeu a alta participação das operadoras na receita de SVAs atualmente: "Não somos apenas um cano por onde passa o conteúdo. Nós empacotamos, divulgamos e distribuímos os serviços. E isso custa caro. Quanto custa para a Disney vender seu conteúdo digital nos celulares? Não custa nada".
Obstáculo
Na opinião da presidente da Jamba nos EUA, Lucy Hood, o sucesso da propaganda no celular depende da existência de métodos confiáveis para medir o retorno dos consumidores. "Temos que provar que as pessoas estão sendo atingidas", disse Hood. A executiva acredita que a propaganda no celular terá um formato completamente diferente dos atuais. "Não serão vídeos de 30 segundos ou simples mensagens de texto que funcionarão. Teremos que inventar um formato completamente novo de propaganda para celulares", prevê a executiva.
