Na consulta pública da Anatel sobre os requisitos técnicos para o uso da faixa de 6 GHz (5.925 MHz a 7.125 MHz), representantes da indústria automotiva pediram garantias contra eventual interferência sobre sistemas de transporte inteligentes (ITS) causada por equipamentos não licenciados.
Conforme definido pela Anatel em setembro de 2020, o setor poderá utilizar a faixa de 70 MHz entre 5.855 MHz a 5.925 MHz para o ITS. Nela poderão ser abarcados sistemas para comunicação de dados entre veículos e entre veículos e a infraestrutura rodoviária (como radares ou câmeras) através de aplicações V2X (vehicle-to-everything).
Por estar na faixa adjacente dos 6 GHz, contudo, o risco de interferência vinda do serviço vizinho preocupa. Para a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), "há que se atentar para os canais do Wi-Fi operando nas frequências inferiores" do espectro que abrigará o uso não licenciado. "Deve-se garantir que as emissões fora de banda sejam tais que garantam a coexistência dos dois sistemas", afirmou a entidade.
Zonas de exclusão
Por sua vez, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) citou soluções já propostas pela Alliance for Automotive Innovation e pela 5G Automotive Association (5GAA) nos Estados Unidos, onde a reguladora de comunicações atravessou dilema semelhante ao regular o uso não licenciado de 6 GHz. Entre as medidas sugeridas estão zonas de exclusão perto das rodovias no caso de certos equipamentos.
A entidade também julgou insuficiente o limite (-27 dBm/MHz) para emissões espúrias sugerido pela Anatel para os equipamentos em 6 GHz. Segundo a Anfavea, o limite máximo para interferência sobre elementos do sistema de transporte deveria ser de -60 dBm/MHz, enquanto outros players sugeriram -40 dBm/MHz.