Claro registra queda de 6% na receita

O terceiro trimestre deste ano não apresentou o melhor dos cenários para a Claro. O grupo mexicano América Móvil, controlador da operadora de telefonia móvel no Brasil (além da Embratel e Net Serviços) divulgou em seu relatório financeiro nesta quinta-feira, 25, uma queda de 6% na receita da tele. A fraca performance foi compensada pelos bons resultados nos serviços de TV paga e Internet fixa.

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Ao todo, as operações da América Móvil no Brasil garantiram uma receita de R$ 7,589 bilhões de reais no trimestre, crescimento de 1,9% em relação ao mesmo período de 2011. No acumulado dos nove meses até agora, a receita total foi de R$ 22,790 bilhões contra R$ 21,673 bilhões no período de janeiro a setembro do ano passado, alta de 5,2%. Considerando somente os serviços fixos, houve aumento de 6,2%.

O problema foi na telefonia móvel. A receita da Claro caiu 6% em relação ao trimestre anterior, saindo de R$ 3,294 bilhões em 2011 para R$ 3,095 bilhões neste ano. Neste universo, a receita de serviços móveis caiu 5,7% (total de R$ 2,904 bilhões no 3T12) e a de equipamentos teve queda de 5,8% (R$ 192 milhões no último trimestre). O ARPU observou queda acentuada de 15,6%, chegando a R$ 15. Houve diminuição discreta de churn, totalizando agora 3,4%. O crescimento na base brasileira de assinantes móveis foi o menor entre todos os países do grupo, com apenas 0,8% (comparando dados de setembro e junho). Ao se comparar com o mês de setembro de 2011, no entanto, a alta foi a quarta maior, com 10,3% (atrás apenas de Peru, América Central e Caribe e Estados Unidos, que apresentam base muito menor).

Segundo a America Móvil, a queda na receita da Claro aconteceu devido ao desaquecimento da economia, redução nas taxas de interconexões de longa distância e por conta da "competição mais intensa". A companhia ainda afirma que foi preciso empreender "certas ações" para melhorar as operações.

Lado positivo

Como era de se esperar, a receita na área de TV paga continuou a apresentar rápido crescimento, sendo a linha de negócios mais dinâmica da empresa, com crescimento anual de 24%. Logo depois vieram as receitas com dados móveis e fixos, acumulando 15% e 6% respectivamente. Também esperada foi a queda na receita com serviços de voz, com redução na telefonia móvel graças às taxas de interconexão. A diminuição nas linhas fixas foi por conta do corte de 28,5% nas taxas de longa distância, segundo a América Móvil.

O EBITDA do grupo no Brasil totalizou R$ 1,8 bilhão, queda de 2,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. A margem EBITDA caiu 1%, por conta da natureza de menor margem do serviço de TV paga, que acabou ganhando maior share nas operações do grupo. A companhia culpa os provedores de conteúdo também pelas menores margens ao dizer que "o grande aumento no segmento vem sendo acompanhado de um afiado crescimento no custo de conteúdo". Outro fator que afetou a margem teriam sido os custos relacionados ao programa de investimento, em particular o pagamento de aluguel de instalações que hospedam a infraestrutura e a manutenção da rede. Somando todas as operações, o grupo mexicano conta com 91 milhões de acessos no Brasil, 481 mil novos acessos.

Desempenho mundial

A receita total da América Móvil no mundo foi de 192,821 bilhões de pesos mexicanos, alta de 4,5% em relação ao terceiro trimestre de 2011. No total, a companhia obteve 577,058 bilhões de pesos mexicanos em receita, alta de 8,6% no comparativo com os nove meses de janeiro a setembro do ano anterior. O EBITDA ficou praticamente estável, com alta de 0,6% e fechando o trimestre com 66,248 bilhões de pesos mexicanos. O lucro líquido foi de 30,587 bilhões de pesos mexicanos, significativa alta de 66,8% em relação ao mesmo período de 2011, mas com crescimento de 15,2% no acumulativo.

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