Telefônica quer vídeo, mas qual o modelo?

Empresas de telecomunicações entrando no mercado de vídeo? A primeira vista, é essa a impressão que fica de quem houve as apresentações da Telefônica e da Brasil Telecom realizadas durante a Futurecom. Um raciocínio resume bem o espírito das teles: as empresas de telecomunicações gastaram, desde 1998, R$ 100 bilhões na melhoria de suas redes. É mais do que o governo investiu em qualquer outra área estratégica, lembra Fernando Xavier Ferreira , presidente da Telefônica. ?Temos possibilidades tecnológicas, mas não podemos correr o risco de não explorá-las?, diz o executivo. Mas afinal, existe um modelo de negócios por trás da convergência de serviços de vídeo por redes fixas? Nos bastidores, todos concordam que não se sabe se é possível ou não ganhar, hoje, dinheiro com a convergência. Mesmo nas apresentações da Telefônica e da Brasil Telecom não se fala em números e em modelos, apenas em expectativas. ?Hoje, pesquisas mostram que 43% dos usuários querem TV sobre a rede ADSL, 43% querem música sob demanda?, diz Xavier, acrescentando ainda que a idéia de uma tarifa fixa é considerada interessante por 78% das pessoas, uma conta única para todos os serviços agrada outros 61% e que 42% dos clientes de telecomunicações mudariam de prestadoras para uma que tivesse toda a oferta de serviços. São expectativas, não resultados. Mesmo assim, Xavier vê a necessidade de investir em outros serviços como uma oportunidade de transformar a convergência em uma oportunidade e não uma ameaça. ?O governo teria que fazer seu papel, investindo na expansão da banda larga?.

Sem produção própria

Xavier diz que, ao contrário do modelo praticado na Espanha pela própria Telefônica, aqui no Brasil a empresa não vai produzir conteúdo. ?Não precisamos replicar os modelos de outros países. Aqui vejo a chance de parcerias comerciais com quem faz conteúdo?. Mas Xavier desconversa quando o assunto é o projeto de lei do Senador Maguito Vilela (PMDB/GO), que jogaria para novas tecnologias as mesmas regras impostas às TVs. ?Nosso entendimento é que a proposta afeta todos os setores, inclusive a distribuição?, disse, ao ser perguntado se entendia a PEC apenas como uma proposta que coloca regras sobre conteúdos.

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