O grupo Telefónica encerrou a metade do ano com receita estagnada, em grande parte por causa do desempenho também sem evolução na Espanha e por impacto da variação cambial no Brasil e na Argentina. Conforme mostrou no balanço financeiro do segundo trimestre divulgado nesta quinta-feira, 25, a companhia espanhola controladora da Vivo observou redução no lucro no período, embora afirme que se encontra "de volta ao crescimento sustentável".
No trimestre, a receita da empresa ficou estável em relação ao mesmo período em 2018 e totalizou 12,142 bilhões de euros. No acumulado do semestre, houve queda de 0,9%, somando 24,121 bilhões de euros. A empresa destaca que a banda larga e outros serviços de conectividade já representam 55% das receitas totais e "estão, cada vez mais, menos expostas à regulação".
Do montante total, a operação da Vivo no Brasil é responsável por 21% – atrás da doméstica na Espanha, que contribuiu com 26% na receita. A operação espanhola ficou praticamente estagnada, com variação positiva de 0,3%, total de 3,175 bilhões de euros no trimestre. No acumulado do ano, a variação foi a mesma, com total de 6,283 bilhões de euros. De todo modo, o grupo espanhol afirma que a depreciação do real brasileiro e do peso argentino frente ao euro afetou negativamente os resultados, embora tenha apresentado melhora sequencial. Considerando a conversão para a moeda europeia, a Vivo registrou queda de 2,2% na receita no trimestre, totalizando 2,467 bilhões de euros.
O lucro operacional antes de depreciação e amortização (OIBDA) no trimestre foi de 4,438 bilhões de euros, um incremento de 4,7% no comparativo anual. O OIBDA nos primeiros seis meses foi de 8,702 bilhões de euros, avanço de 7,4%. A margem OIBDA foi respectivamente de 36,5% (aumento de 1,7 p.p.) e de 36,1% (avanço de 2,8 p.p.).
Por sua vez, o lucro operacional apresentou queda de 12,4% no trimestre (total de 1,804 bilhão de euros) e de 6,6% no semestre (total de 3,454 bilhões de euros). O lucro líquido atribuível a acionistas foi respectivamente de 862 milhões de euros (redução de 4,5%) e de 1,787 bilhão de euros (aumento de 2,8%).
Os investimentos no semestre totalizaram 3,385 bilhões de euros, uma redução de 13,9%. Do total, 934 milhões de euros (aumento de 10%) foram para a Vivo no Brasil, especialmente para a implantação da rede FTTH em 21 novas cidades e para a expansão da rede 4G para um total de 3.166 cidades.
A companhia também ressalta a redução da dívida pelo nono trimestre consecutivo, encerrando junho em 40,230 bilhões de euros (redução de 5,7% no comparativo anual). Grande parte do desempenho se deu pela geração de fluxo de caixa livre de 2,756 bilhões de euros no semestre (avanço de 78%).
Operacional
No campo operacional, a Telefónica destaca ter ultrapassado a marca de 121 milhões de homes-passed com tecnologia FTTx e cabo na combinação das unidades da Europa e da América Latina, o que afirma ser a maior rede do tipo fora da China. Desse total, 53 milhões de premissas utilizam a infraestrutura de fibra do grupo espanhol.
A empresa encerrou a metade de 2019 com crescimento em todos os serviços: 121,5 milhões de acessos LTE (18%), 124,5 milhões de acessos móveis (6%), 13,6 milhões de FTTx/cabo (18%) e 8,8 milhões de TV paga (3%).
Em comunicado, o chairman e CEO da Telefónica, José María Álvarez-Pallete, declarou: "Estamos de volta ao crescimento sustentável e lucrativo". Ele destaca os segmentos de alto valor, garantindo um aumento de 4,4% na receita média por acesso, enquanto manteve o churn estável. "Isso mostra que nossa estratégia comercial está colhendo frutos, apoiado pelas redes cada vez mais avançadas que nos permitem servir melhor às demandas dos consumidores", afirmou.