Além de apostar no compartilhamento de infraestrutura e espectro para o serviço móvel, a Vivo também considera novas parcerias para sua estratégia em fibra para o serviço fixo. A companhia enxerga oportunidades de aumentar a margem com o FTTH, mas entende que o investimento na infraestrutura no País pode exigir novos modelos.
O CEO da Vivo, Christian Gebara, confirmou que a expansão dessa infraestrutura em fibra pode ser facilitada com parcerias. "Temos que considerar outros tipos de modelos de infraestrutura", afirmou ele em teleconferência dos resultados trimestrais nesta quarta, 24, ainda que tenha assegurado não ter "nada no momento" para anunciar. Perguntado se seria possível aumentar o roll-out com acordos e parcerias, ele respondeu: "Vamos analisar e ver se há incentivo para fazer isso. Mas é difícil acreditar que vamos ser um player independente construindo sozinho, especialmente em um país deste tamanho", afirma.
A estratégia de expansão com FTTH também tem como objetivo a convergência com o serviço móvel, sobretudo no pós-pago, e isso motiva mais potenciais acordos para a cobertura. "Temos uma estratégia como grupo, e vamos continuar a acelerar e ver se há um modelo diferente para sermos mais agressivos em velocidade", declara. O cross-sell com o móvel também pode trazer benefícios. "Talvez possamos colocar os dois [fixo e móvel] juntos para ter sinergia de canais. Assim, poderemos vender mais fibra nas lojas, permitindo vender mais serviços de alto valor."
Gebara entende que haverá no FTTH uma dinâmica de preços semelhante ao que já se observa no serviço móvel, no qual a operadora pratica aumentos anuais no pós e no pré em diferentes épocas, mas em linha com competidores. "Esperamos que o mercado seja mais racional com a banda larga, pois tem muito investimento sendo feito na fibra e nas premissas para os consumidores", avalia.
A análise que o executivo faz é que ainda é possível aumentar as margens com a fibra, mesmo sendo uma tecnologia que já traz um ARPU que observou crescimento de 14% no trimestre. "Temos aumentando a margem EBTIDA com o FTTH, substituindo o cobre e a voz. Estamos indo na direção certa, tentamos vender altas velocidades em cidades onde temos a infraestrutura otimizada, e vemos o ARPU neste mesmo caminho certo", declarou ele. Gebara lembra, contudo, que há outros elementos que impactam o aumento do EBTIDA, como a receita com handsets e serviços B2B.
Novas cidades
A companhia anunciou ter incluído 12 novas cidades em sua cobertura de fibra até a a residência somente no segundo trimestre, fechando o período com 142 municípios com a tecnologia. Com isso, também aumentou a quantidade de homes-passed em quase um milhão, chegando a 9,5 milhões de premissas em junho.
A estratégia da operadora não inclui apenas novas localidades. A companhia está fazendo a sobreposição (overlaying) da rede de fibra até o gabinete (FTTc), ainda da época da GVT, substituindo-a com o acesso FTTH. O aumento da densidade desta tecnologia acontece inclusive em grandes capitais, como Curitiba (berço da GVT) e em São Paulo. A operadora ainda conta com 110 cidades cobertas com FTTc. Além disso, a companhia também lida com as desconexões em cobre (ADSL), embora não tenha mencionado haver migração para a fibra.
As novas cidades com FTTH alcançadas no segundo trimestre são Uberaba e Betim (MG); Apucarana, Campo Mourão e Toledo (PR); Joinville (SC); e Caçapava, Fernandópolis, Lins, Mogi-Guaçu e Pindamonhagaba (SP). No mesmo período, a Vivo também chegou com a tecnologia na capital Maceió.