Uma fonte que faz parte do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital diz que ainda não está resolvida a questão do Ginga, o middleware proposto para viabilizar a interatividade no padrão brasileiro. Vale lembrar, o Fórum do SBTVD chegou à conclusão que o GEM, parte integrante do Ginga que garante a interoperabilidade com os middlewares usados nos padrões estrangeiros, não apresenta garantias de que realmente seja livre de patentes estrangeiras. Em outras palavras, é possível que, após a base de equipamentos consolidada, apareça um detentor de uma patente cobrando royalties pela tecnologia embarcada nos equipamentos existentes e futuros. O risco jurídico faz com que os fabricantes de equipamentos de TV evite adotar o middleware. E, enquanto isso acontece, a TV digital brasileira segue com capacidade limitada de interatividade. Além disso, cresce a base de televisores e set-tops que nunca terão compatibilidade com aplicações interativas.
Conforme anunciado na última NAB, que aconteceu em abril, em Las Vegas, o Fórum do SBTVD e a Sun trabalhavam no desenvolvimento de algo semelhante baseado na linguagem de programação Java, usada também no desenvolvimento do GEM. A expectativa era que a versão final do middleware brasileiro estivesse pronta em maio ou junho deste ano.
Chegou-se a uma versão, mas que ainda não convenceu totalmente o Fórum de que é realmente livre de royalties. "A Sun propôs assumir os custos caso apareça alguém cobrando pela tecnologia", diz a fonte. Mas pondera: "ela vai pagar pela tecnologia empregada na base instalada de equipamentos. Mas quem vai pagar daquele momento em diante?". Neste caso, a indústria teria que aceitar o preço imposto pelo possível detentor de tecnologia usada no padrão. Substituir a tecnologia, por outro lado, deixaria um legado de equipamentos incompatíveis.
TV digital