O grupo Telefónica, controladora espanhola da Vivo no Brasil, sofreu um "impacto significativo" da pandemia do coronavírus no resultado financeiro de 2020. A companhia comunicou nesta quinta-feira, 25, em seu balanço, que em todos os mercados onde atua, houve um impacto total nas receitas do grupo de aproximadamente 1,905 bilhão de euros em 2020, o que levou a uma redução de 3,9 pontos percentuais no crescimento orgânico. No trimestre, esse impacto foi de 508 milhões de euros e igual redução percentual.
Considerando apenas o Brasil, o impacto na receita foi de 302 milhões de euros e 4 p.p. no crescimento orgânico no ano. No período de outubro até dezembro, foi de 97 milhões de euros e 5,4 p.p. a menos no crescimento. A operação brasileira divulgou o próprio balanço na terça-feira, 23.
Já o OIBDA teve impacto de 977 milhões de euros no ano para o grupo e 5,2 p.p.; e 291 milhões de euros e igual redução no trimestre. Considerando somente o Brasil, o impacto foi de 137 milhões de euros em 2020 e 4,3 p.p.; e de 13 milhões de euros e 1,8 p.p. na taxa de crescimento.
Em comunicado, o presidente do conselho e CEO da Telefónica, José María Álvarez-Pallete lembrou do desafio que a empresa enfrentou por conta da crise global da pandemia. Ele avaliou que a companhia conseguiu "resistir e seguir em frente", atingindo os objetivos, com recuperação de receitas nos quatro mercados principais, o que levou a geração de caixa de 4,794 bilhões de euros (na verdade, com queda de 18,9%) no ano e redução de 2,5 bilhões de euros da dívida, que agora soma 35,228 bilhões de euros.
A expectativa é que as operações de vendas de ativos e de aquisições (como de parte da Oi Móvel) vão gerar por volta de 9 bilhões de euros "para reduzir ainda mais a dívida". No guidance, o grupo espanhol espera estabilização de receitas e OIBDA, normalização do nível de Capex/vendas para 15% e com proposta de dividendos a 0,30 euro por ação por meio de opção de subscrição voluntária.
Balanço financeiro
A receita da Telefónica totalizou 10,909 bilhões de euros no quarto trimestre, uma queda de 12% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado de 2020, o total foi de 43,076 bilhões de euros, uma redução de 11%.
Nos três últimos meses, o lucro operacional antes de depreciação e amortização (OIBDA) foi de 3,751 bilhões de euros, o que representou avanço de 2,2%. Nos 12 meses, foi de 13,498 bilhões de euros, queda de 10,7%. A margem OIBDA foi de 34,4% no trimestre, aumento de 4,8 pontos percentuais; e de 31,3% no ano, praticamente estável (0,1 p.p. de aumento).
O lucro líquido foi de 911 milhões de euros entre outubro e dezembro. Considerando desde janeiro, foi de 1,582 bilhão de euros, aumento de 38,5%.