A Vivo encerrou 2020 com queda nas receitas, especialmente com os serviços legados, enquanto o lucro líquido cresceu no último trimestre, mas ainda apresentou queda no consolidado do ano. Os dados foram divulgados no balanço financeiro do período na noite desta terça-feira, 23, junto com o anúncio das negociações da unidade de fibra com grande fundo internacional de investimentos.
A receita operacional líquida da empresa caiu 1,6%, totalizando R$ 11,193 bilhões no quarto trimestre. No consolidado do ano, o total foi de R$ 43,126 bilhões, uma redução de 2,6%.
Na divisão por "receitas core", que considera total excluindo voz fixa, Internet de cobre (xDSL) e DTH, a empresa registrou R$ 9,828 bilhões, um aumento de 3,2%. No acumulado do ano, foram R$ 37,030 bilhões, aumento de 1,5%. Esse total representou 87,8% da receita total da operadora no trimestre (aumentando 4,1 ponto percentual) e 85,9% no ano (avanço de 3,5 p.p.). A receita não core foi de R$ 1,365 bilhão (queda de 26,4%) e de R$ 6,096 bilhões (recuo de 21,7%) no trimestre e no ano.
Móvel e Fixo
A receita líquida da unidade móvel, entretanto, apresentou avanço de 1,6% nos últimos três meses, totalizando R$ 7,569 bilhões. Ainda assim, o acumulado do ano foi de R$ 28,421 bilhões, o que representou queda de 0,9%.
A companhia diz que houve crescimento de 0,9% da receita do pós-pago no trimestre "principalmente em função do reajuste dos planos" e do aumento da base com a migração do pré-pago para o controle. A receita do pré-pago, por sua vez, aumentou 7,3%. A operadora também fala que houve impacto da ampliação de SVA como o Disney+ no final do ano.
Na unidade fixa, a receita teve uma redução maior no trimestre, de 7,7%, totalizando R$ 3,623 bilhões. Em 12 meses, a queda foi de 5,7%, totalizando R$ 14,705 bilhões. Considerando apenas a banda larga em fibra, a receita cresceu 52,9%, totalizando R$ 896 milhões no trimestre. No ano, somou R$ 3,060 bilhões, avanço de 50,4%.
A TV por assinatura apresentou queda de 4,8% no quarto trimestre, custando R$ 418 milhões. Em 12 meses, foi de R$ 1,660 bilhão, queda de 9,2%. A voz fixa caiu 18,2% e totalizou R$ 1,010 bilhão no trimestre, no ano somou R$ 4,306 bilhões, redução de 18,6%. Dados corporativos e TIC somaram R$ 710 milhões (recuo de 4,2%) no trimestre e R$ 2,784 bilhões (aumento de 0,7%) no ano.
Lucro e investimento
Entre outubro e dezembro, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) foi de R$ 4,877 bilhões, uma queda de 1,8%. Consolidando todo o ano, o total foi de R$ 17,808 bilhões, com redução também de 1,8%. A margem EBITDA no trimestre e no ano foi, respectivamente, de 43,6% (recuo de 0,1 ponto percentual) e de 41,3% (aumento de 0,3 p.p.).
O lucro líquido da Vivo nos últimos três meses de 2020 foi de R$ 1,293 bilhão, um aumento de 1,5%. No acumulado do ano, a companhia registrou recuo de 4,6%, total de R$ 4,711 bilhões.
Considerando o último trimestre, a Vivo investiu R$ 2,429 bilhões, aumento de 3,1%. E em 12 meses, a companhia investiu R$ 7,789 bilhões, uma queda de 11,9%. Isso representou 18,1% da receita operacional líquida no ano. A companhia diz que o Capex foi destinado principalmente à expansão da rede FTTH e qualidade do serviço móvel.
A dívida líquida da Vivo em 31 de dezembro de 2020 foi de R$ 2,995 bilhões.
Operacional
A Vivo encerrou 2020 com 95,051 milhões de acessos totais, um aumento de 1,5%. Nos acessos móveis, houve aumento de 5,3%, totalizando 78,532 milhões de linhas. No fixo, houve queda de 13,3%, total de 16,519 milhões.
A cobertura de 4,5G (LTE Advanced) da operadora chegou a 1.872 cidades. Já o serviço de fibra até a residência (FTTH) alcançou 266 cidades cobertas, sendo 102 cidades novas somente durante 2020.