Anatel abre disputa para pesquisar o grau de satisfação dos consumidores

A Anatel pretende realizar neste ano a maior pesquisa de percepção do usuário já feita no setor de telecomunicações. Mais de 200 mil entrevistas serão feitas pela consultoria que será contratada pela agência reguladora, mapeando o nível de satisfação dos consumidores nos mais diversos serviços de telecomunicações em funcionamento no Brasil. A proposta da Anatel inclui até mesmo entrevistas com brasileiros sem acesso aos serviços de telefonia, na intenção de averiguar as barreiras que ainda afastam os cidadãos do acesso pleno a telecomunicações.
A jornada de escolha da empresa que será responsável pela realização da pesquisa começou nesta sexta-feira, 25, com uma sessão pública para a abertura das propostas das consultorias interessadas no projeto. Sete empresas participaram do certame, mas a disputa não foi livre: todas elas foram escolhidas e convidadas pela própria Anatel, dentro do método de "consulta". Nenhum outro órgão da administração pública federal usa essa modalidade de licitação, sendo este um método de concorrência exclusivo da Anatel.
Nesta primeira etapa, a melhor oferta foi apresentada pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), que pretende cobrar da agência R$ 4,9 milhões para realizar a pesquisa. O valor é bem menor do que a projeção de gastos feita pela Anatel, de R$ 7,7 milhões.

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Apesar de ter o melhor preço, a vitória do CPqD ainda não é certa. A Guerreiro Consult apresentou uma planilha com custos de R$ 9,8 milhões, mas obteve a melhor pontuação técnica na análise da proposta: 96 pontos em uma tabela de 100. No quesito técnico, o CPqD teria ficado na faixa dos 45 pontos. Como as regras da disputa estipulam que preço e técnica têm o mesmo peso na análise das propostas, a agência pode escolher tanto a proposta mais econômica quanto o projeto considerado com a melhor equipe técnica.
Por ora, nenhuma das duas tem a melhor composição preço/pontuação técnica. A proposta mais equilibrada seria a apresentada pela Meta Consultoria, de R$ 5,3 milhões e com um projeto técnico superior ao apresentado pelo CPqD. A decisão final só deve ser conhecida na próxima quarta-feira, 2 de março.
Na sessão realizada hoje, a Guerreiro colocou em dúvida a exequibilidade da proposta apresentada pelo CPqD. A consultoria declarou que, em uma primeira sondagem de custos realizada junto a empresas de Call Center, apenas a realização das entrevistas por telefone custaria R$ 5 milhões em média. Assim, a execução de toda a pesquisa por apenas R$ 4,9 milhões, como propõe o CPqD, seria inviável.
Além das três consultorias, a Vox Populi também apresentou proposta, com custo final de R$ 9,4 milhões. A Fundação Instituto de Administração (FIA) e a Fundação Euclides da Cunha (FEC) foram desclassificadas da disputa e seus envelopes não chegaram a ser abertos. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) também foi convidada a participar do certame, mas não apresentou proposta.

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