Nesta semana, a Samsung global anunciou posicionamento estratégico para a divisão de equipamentos de rede, com foco sobretudo no 5G, mas também mencionando a tecnologia Open RAN. Procurada por TELETIME, a companhia respondeu por email indicando que a estratégia global poderia ser aplicada no Brasil também – já há operações da sul-coreana em países como Estados Unidos, Austrália, México e Canadá.
Ao ser perguntada especificamente sobre a possibilidade de atuar no mercado brasileiro como fornecedora na tecnologia (standalone ou não standalone), a empresa respondeu que, por ser líder em desenvolvimento de dispositivos 5G, "está preparada para não só contribuir, como liderar a corrida 5G nacionalmente".
Segundo a Samsung, a empresa está acompanhando "de perto todos os desdobramentos em relação à implantação da tecnologia" no País. É possível presumir que, quando o leilão do 5G se tornar uma realidade e as empresas puderem traçar estratégias mais bem definidas de como irão cumprir as metas, a companhia poderia se apresentar como alternativa às fornecedoras tradicionais, como Ericsson, Huawei e Nokia.
Vale lembrar que a Samsung já tem demonstrado sinais. Em abril, ao participar de audiência do GT do 5G na Câmara, a empresa falou do ponto de vista de fornecedora de redes. Além disso, a visita à sede da companhia na Coreia do Sul era uma das escalas previstas na turnê em países de fornecedores promovida em fevereiro pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, junto com outros membros da pasta e com ministros do Tribunal de Contas da União. No entanto, devido a uma suspeita de covid-19 do piloto do avião que levava a comitiva brasileira, o país asiático acabou por ficar de fora.
Open RAN
Uma parte importante da estratégia da companhia no 5G é que as soluções de rádio contam com chipsets próprios, pelo menos em se tratando de Single RAN. Recentemente a Samsung lançou um rádio com suporte a canais de 400 MHz de largura de banda para frequências médias de 1-6 GHz.
Porém, a Samsung também é "contribuinte importante" da Aliança O-RAN, e já tem iniciativas de Open RAN com a Vodafone no Reino Unido. A companhia fornece rede de acesso móvel virtualizada (vRAN), além de fornecer soluções para 4G, 5G, como uso da tecnologia de massive MIMO.
Durante a apresentação nesta semana, a companhia também destacou a virtualização do core (com arquitetura de contêiner na nuvem), advogando por uma rede totalmente virtualizada. A Samsung diz que isso traz maior eficiência, escalabilidade e flexibilidade no gerenciamento de rede, além de atualizações mais fáceis por software.
Redes privadas e 6G
Como já está sendo mais comum, a fornecedora sul-coreana também já adiantou sua visão para o futuro padrão 6G. A companhia realizou testes com aplicação de espectro em Terahertz (THz) para essa tecnologia, demonstrando um link sem fio de 140 GHz ponta a ponta com solução de beamforming digital.
Já para redes privadas em 5G, a Samsung coloca soluções de backbone. A empresa também coloca soluções de segurança pública em 4G (PS-LTE) ponta a ponta, compatível com 3GPP.