Em viagem pelos países dos principais fornecedores de redes de telecomunicações, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, chegou em Shenzhen, na China, cidade próxima à divisa com Hong Kong e onde fica a sede da Huawei. Batizada pelo próprio ministério de "Missão 5G", as viagens têm a justificativa de procurar entender melhor sobre a tecnologia de quinta geração, em especial no contexto da discussão em torno do leilão de espectro da Anatel.
Nesta quinta-feira, 11, Faria postou no Twitter que visitou na cidade chinesa o centro de aplicações práticas de 5G (como telemedicina) Galileo, além do laboratório de segurança cibernética da Huawei para "debater padrões globais e requisitos brasileiros de confiabilidade de redes". Apesar de anunciada, a visita gerou críticas dos próprios apoiadores do governo.
Como era de se esperar, a publicação não resultou em respostas positivas da base de apoio do governo na rede social, na qual acusam a China de problemas de segurança e soberania. Também sem surpresas, as postagens sobre as visitas na Suécia, Finlândia e Japão, não houve tantas manifestações.
No final da tarde desta quinta-feira, o ministro procurou endereçar no próprio Twitter as reclamações dizendo que "o 5G é inegociável".
A comitiva dessa turnê mundial entre fornecedores inclui ainda o secretário-executivo do MCom, Vitor Menezes, e com a presença de ministros do Tribunal de Contas da União (TCU). Além do assunto relacionado ao 5G, Fábio Faria tem procurado também entrar em discussões com laboratórios que produzem vacinas contra a covid-19. O grupo deveria passar por cinco cidades, mas precisou cancelar sua ida a Seul, na Coreia do Sul, por conta de um caso de Covid-19 – um dos pilotos do avião da comitiva deu positivo para a doença. Lá, o ministro visitaria as instalações da Samsung.
Vale lembrar que, no auge da discussão sobre a proibição de fornecedores chineses no leilão de 5G (e sob forte pressão da administração do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump) Faria já havia se reunido com representantes da Ericsson e da Nokia no Brasil, no mesmo dia, para falar sobre a tecnologia 5G no ano passado. A Huawei não chegou a ser recebida na ocasião. Operadoras já se manifestaram contra um eventual banimento da companhia.