As empresas controladas pelo Opportunity – Futuretel, Opportunity Mem, Newtel Participações, Telpart Participações, Telemig Celular Participações, Tele Norte Celular Participações, Telemig Celular e Amazônia Celular -, comunicaram à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quinta, 24, a suspensão do processo de venda do controle das operadoras Telemig e Amazônia Celular. O fato relevante das empresas é datado desta quarta-feira, 23, e informa que o processo competitivo privado de alienação de mais de 50% do capital votante de Telemig Celular Participações e Tele Norte Celular Participações está suspenso em função de medida liminar concedida ao Citibank pela Justiça de Nova York.
Tempos diferentes
Em instâncias diferentes, o Opportunity tem dado informações diferentes em relação a esse leilão, que foi a gota d'água no rompimento de suas relações com o Citibank (principal cotista do fundo CVC Opportunity Equity Partners LP). O processo de leilão foi anunciado pelo Opportunity no dia 4 de março, apesar de manifestações expressas do Citibank para que não o fizesse. Nos dias que se seguiram a esse evento, segundo relatos do Citi, em vários momentos Dantas deu a entender que suspenderia o leilão, desde que tivesse algumas garantias do banco norte-americano. Segundo a documentação do Opportunity à Justiça de Nova York, o leilão foi suspenso no dia 10 de março e esse fato foi informadoao Citi, que não teve confiança na informação, até porque nenhum fato relevante foi publicado. No dia 11 de março a Justiça de NY ordenou a suspensão do leilão. Apenas no dia 16 de março o Opportunity informou à CVM ter conhecimento da liminar, e mesmo assim disse que só ficou sabendo pelo fato relevante do próprio Citibank, publicado nos jornais no dia 15. Agora, no dia 24, o Opportunity resolve dizer efetivamente ao mercado que o leilão está suspenso. Sendo que, segundo suas próprias palavras, isso havia sido informado ao Citi no dia 10 de março, ainda que ninguém, nem o Citi nem a Justiça de Nova York, tenham acreditado nessa informação. A CVM já disse que vai investigar se o grupo de Daniel Dantas infringiu mais essa regra do mercado de capitais ao ser impreciso e desatento em relação aos prazos na publicação dos fatos relevantes.