Cerca de 20% dos usuários de smartphone no Brasil acessam a Internet móvel com velocidade média de download abaixo de 10 Mbps. Os dados divulgados pela Opensignal mostraram também que, mesmo com o lançamento do 5G SA em várias cidades brasileiras (o mais rápido da América Latina), apenas 0,6% dos consumidores no País desfrutam de velocidades médias gerais de download acima de 100 Mbps.
O relatório considera medições da experiência móvel realizadas entre abril e junho deste ano. A Opensignal coleta os dados a partir de parcerias com aplicativos instalados em smartphones. Vale lembrar que a velocidade experimentada pelos usuários é função não apenas da rede mas também do aparelho do usuário.
Veja na imagem abaixo a distribuição das velocidades médias consumidas por cada parcela da população:
De acordo com o levantamento, os estados do País com a maior proporção de usuários com velocidade média de download precária são Roraima (29%), Minas Gerais (27%) e Amazonas (26%). Nessas regiões, mais de 25% das pessoas enfrentam velocidades inferiores a 10 Mbps. As únicas unidades federativas com menos de 15% de concentração de consumidores nessa condição são Acre (12,4%) e Distrito Federal (14,8%).
O DF, inclusive, observou a maior proporção de usuários de smartphones com velocidades médias de download acima de 100 Mbps. Mesmo com isso, a taxa não é expressiva na capital, cuja concentração de pessoas beneficiadas com essa experiência na rede é de apenas 3,3%. De acordo com a Opensignal, "em vários estados esse segmento chega a 0,1% dos usuários de smartphones".
"Observando as diferenças entre as operadoras, a Vivo tem a maior proporção de usuários com experiência de velocidade de download abaixo de 10Mbps — 21,9% — seguida pela TIM (20,9%) e Claro (17,6%). A Claro vê o maior percentual de usuários com velocidades médias de download superiores a 50 Mbps — mas é a TIM que tem o maior percentual de nossos usuários com experiência de velocidade de download com clock superior a 100 Mbps (0,9%)", informou o relatório da Opensignal.
Experiência com vídeo
Além da velocidade média de download, o relatório divulgado pela Opensignal avaliou, também, a qualidade da experiência em vídeo e o tempo sem sinal dos usuários conectados à rede móvel. Os resultados mostraram que há uma grande disparidade entre os consumidores nacionais. Segundo a companhia, 18,2% dos brasileiros têm uma experiência de vídeo ruim (cuja nota é abaixo de 48).
A nota inferior a este patamar na experiência de vídeo se traduz em longos tempos de carregamento, alto nível de travamento ou, ainda, na possibilidade de reprodução apenas de vídeos com resolução menor do que 720p. Essa característica dificulta a capacidade de uso de serviços de trabalho, educação e entretenimento.
Na outra ponta, há os brasileiros com experiência considerada excelente (nota 78 ou superior): são apenas 6,8% dos usuários que conseguem transmitir vídeos com qualidade igual ou superior a 1080p – com tempos de carregamento curtos e sem travamentos durante o streaming.
O Distrito Federal tem a menor proporção de usuários de smartphones com experiência de vídeo considerada ruim (13,7%) , seguido por Goiás (15,7%) e São Paulo (16%). Enquanto isso, as maiores proporções foram vistas em Roraima (26%) e Tocantins (23,8%). O DF e o Mato Grosso ainda têm a maior proporção de usuários com experiência considerada excelente para vídeo: 9,5% e 9,4%, respectivamente.
De acordo com a Opensignal, "cerca de um em cada cinco usuários de smartphones Claro e Vivo tem uma experiência ruim (abaixo de 48) ao usar serviços de streaming de vídeo em conexões celulares, em comparação com 13,4% dos usuários TIM. Mais da metade dos usuários de smartphones na rede da TIM desfrutam de uma experiência de vídeo muito boa (68-78) ou excelente (78 ou superior), em comparação com 42,4% de seus pares na Claro e 43,8% na Vivo. Das três operadoras nacionais do Brasil, a TIM tem o maior percentual de usuários que desfrutam de excelentes serviços de streaming de vídeo – 7,5%".
Tempo sem sinal
Ainda de acordo com a Opensignal, Distrito Federal, Sergipe e São Paulo são as unidades federativas com a melhor avaliação no quesito tempo sem sinal. Nelas, menos de 10% dos usuários de smartphones desses lugares ficam 5% ou mais de tempo sem serviço. O relatório deu destaque para o DF, já que apenas 4,9% dos usuários da região passam 5% ou mais do tempo sem sinal.
Em sete estados brasileiros, mais de 15% dos usuários observam horários sem sinal igual ou superior a 5%, com Mato Grosso no topo (18,9%), seguido por Tocantins (17,9%). Mato Grosso e Piauí têm as maiores proporções de usuários de smartphones com tempo sem sinal igual ou superior a 10% — 12,9% e 12,2%, respectivamente.
"Olhando para as operadoras nacionais do Brasil, 8,3% dos nossos usuários de smartphones TIM passam 5% ou mais do tempo sem sinal – em comparação com 11,7% da Claro e 13,2% dos usuários da Vivo. Quase 80% dos usuários da TIM passam menos de 1% do tempo sem sinal", informou a Opensignal.
