Prysmian prevê alta na venda de fibra apesar da competição com chinesas

A fornecedora de cabos ópticos Prysmian está projetando um crescimento de 5% a 10% em sua vertical de telecomunicações ao longo de 2023 – apesar da competição e do ganho de market share por parte de concorrentes chinesas no mercado de fibra.

Em encontro com a imprensa realizado pela empresa nesta quinta-feira, 23, a multinacional italiana com produção no Brasil fez um balanço positivo da demanda pelos cabos – em alta ininterrupta desde a pandemia, mesmo com alguns provedores colocando o pé no freio nos investimentos em FTTH já em 2022.

"[Em 2023] alguns vão crescer mais, outros menos, mas também temos as operadoras que continuam muito fortes e as redes neutras, que têm feito muitos investimentos. Há ainda novos players em rodovias, ferrovias, universidades – todo mundo colocando fibra óptica", ilustrou o vice-presidente de negócios para telecom da Prysmian na América Latina, Marcelo Andrade.

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O executivo reconheceu que, pelo menos entre ISPs menores, há dificuldades para investimentos, sobretudo pelas restrições de crédito. Em outro perfil de empresa, o crescimento de redes FTTH vai ocorrer em nova dimensão, "com mais organização", mas ainda representando maior volume de negócios. Andrade recordou que em 2022, os provedores independentes se tornaram responsáveis por mais de 50% do market share da banda larga.

Chinesas

Por sua vez, a dinâmica competitiva no fornecimento da fibra óptica é algo que chama atenção da Prysmian. A fabricante visualiza concorrentes chinesas colocando "muita pressão" no mercado local e ganhando share no Brasil e na América Latina.

Um exemplo do movimento envolve o projeto Norte Conectado, onde a Prysmian foi escolhida como fornecedora do trecho piloto. Já nas fases seguintes, o vendor escolhido para a política pública foi a chinesa ZTT. A Prysmian espera competir pelos próximos trechos da malha óptica subfluvial construída na Amazônia.

De forma geral, a fabricante entende que medidas do governo brasileiro são necessárias para proteger a produção local de fibra – a exemplo de imposto de importação existente nos Estados Unidos ou de medidas antidumping aplicadas na União Europeia (que tiveram como reflexo indireto um maior volume de excedentes chineses chegando à América Latina desde 2021).

Marcelo Andrade argumenta que os produtos comercializados pelos asiáticos no Brasil têm qualidade e preços muito distintos dos oferecidos no mercado interno daquele continente. Além disso, empresas chinesas teriam subsídios para exportação da fibra, desequilibrando a competição com empresas situadas no Brasil.

"Pedimos ao governo que sejam as mesmas regras valendo para os dois lados", afirmou Andrade, colocando a interlocução com o poder público como pauta setorial das fabricantes com plantas no Brasil.

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