Operadoras não terão greenfield no FWA, diz diretor da Huawei

Executivos de Intelbras, Qualcomm, Huawei, Nokia e Omdia em painel nesta quinta-feira, 23. Foto: Henrique Medeiros/Mobile Time

O diretor de soluções integradas da Huawei, Carlos Roseiro, acredita que as operadoras não terão greenfield, ou um caminho sem concorrência, na adoção do FWA. Para o executivo, as grandes companhias disputarão entre si, mas também com os pequenos provedores, mas tudo dependerá da abordagem.

Durante o Fórum de Operadora Inovadoras, evento organizado por Mobile Time e TELETIME nesta quinta-feira, 23, Roseiro afirmou que o FWA é uma solução para casos específicos, como:

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  • Regiões mais distantes que, em tese, é mais barato adotar o FWA no lugar de passar fibra ótica;
  • Eventos e pontos comerciais sem acesso à fibra;
  • E linhas de backup para bancos.

O executivo da fornecedora acredita que o FWA não decolou no Brasil ainda, pois as grandes operadoras estão priorizando o desenvolvimento das redes 5G (em 3,5 GHz) exclusivamente para usuários móveis, uma vez que este consumidor colabora para as operadoras monetizarem na quinta geração.

Contudo, Roseiro afirmou que quando o FWA avançar, as telcos precisarão de um "planejamento adicional" de redes. Isso inclui um provável "adensamento" na implantação e acompanhamento das ERBs.

Modelo de negócio

Outro tema abordado no painel sobre o FWA foram os possíveis modelos de negócios. A CTO da Nokia no Brasil, Rosa Maria Araújo, acredita que será possível adotar dois formatos de oferta da conexão com 5G doméstico para o consumidor: velocidade (igual à internet fixa) e pacote dados (igual ao mobile).

Por sua vez, Ari Lopes, gerente para as Américas de mercados de telecom da Omdia, estima que pode ser complicado para as operadoras cumprirem a oferta de velocidade com o FWA, uma vez que a conexão pode sofrer diversas variações que afetam sua entrega. Deu como exemplo os planos que as companhias norte-americanas têm ofertado com pacote de dados (em média US$ 60 mensais) e velocidade até um valor estimado.

Hamilton Mattias, diretor de produtos da Qualcomm, explicou que a companhia fez um levantamento entre as operadoras associadas à GSA que possuem ofertas comerciais com o FWA. A adoção de modelos voltados à velocidade e franquia tem um empate de 20%. Mattias disse ainda que é possível que as operadoras aumentem suas receitas com modelos de negócios voltados à velocidade, como a Elisa e Verizon, que aumentaram o ARPU neste formato.

Expectativas

Mattias ainda demonstrou estar animado com a adoção do FWA com 5G no Brasil. Em outra análise interna, a Qualcomm considera que o FWA responderá por 20% do mercado de Internet doméstica no País, atrás da fibra ótica, mas disputando a vice-liderança com a Internet por cabo (cobre). Um dos motivos são as 27 milhões de residências no Brasil sem conectividade.

Mais conservador, Lopes, da Omdia, tem uma previsão de que o mercado do FWA será incipiente devido a um grande parque de operadoras com fibra ótica. Em comparação, o especialista da FWA acredita que o México deve avançar mais neste serviço de rede, pois não tem um vasto parque com tantas tecnologias de rede.

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